Pequeno grupo contrário ao governo Dilma ocupou via por 39 horas.
Protesto a favor da democracia está previsto para ocorrer na via.

Dois carros blindados da Tropa de Choque da Polícia Militar chegaram à Avenida Paulista às 8h30 desta sexta-feira (18) para retirar poucos manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interditavam a via havia 39 horas.

Às 9h, os carros da polícia avançaram com jato d’água e retiraram os manifestantes que estavam em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O protesto começou às 18h15 desta quarta-feira (16), segundo a Polícia Militar.

Lideranças indicaram que a maioria votou para sair da avenida, mas alguns disseram que não vão sair. A tropa pediu para a imprensa ficar na calçada e iniciaram a liberação da via.

O bloqueio de 39 horas  provocou trânsito na região.

Em outros protestos presenciados pelo G1, a Polícia Militar retirou os manifestantes que obstruíam vias sem aviso prévio ou além do período de horas determinado com bala de borracha e gás de pimenta. No dia 12 de janeiro, em ato do Movimento Passe Livre (MPL), policiais lançaram muitas bombas para dispersar os manifestantes e ao menos sete pessoas ficaram feridas.

No início da tarde desta quinta (17), o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que a SSP deixou claro ao movimento que o protesto precisava terminar à noite porque nesta sexta-feira haverá o protesto previamente marcado pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a Lula e Dilma.

No entanto, o secretário não deu previsão de horário para liberação. “O Movimento Brasil Livre agora fez uma convocação geral. E nós colocamos de uma forma muito clara que até a noite, ou no final da tarde, eles devem se retirar porque amanhã há uma outra manifestação marcada anteriormente”, disse.

O grupo diz que irá continuar protestando até a presidente Dilma Rousseff deixar o cargo.

A manifestação não foi convocada por nenhum movimento social. Ela começou depois do anúncio da nomeação de Lula para a Casa Civil. A concentração começou no vão livre do Masp e logo foi ganhando adesão. O protesto seguiu pela noite de quarta e a madrugada. A Polícia Militar acompanhou o protesto.

Violência
Durante estas 24 horas foram registradas ao menos três casos de agressão. O primeiro foi contra um casal de jovens na noite de quarta-feira, no início do protesto.

Na manhã desta quinta (17), uma mulher foi agredida no rosto durante o ato. A agressão partiu de um manifestante do mesmo grupo quando o namorado da mulher tentava proteger um rapaz vestido com uma camiseta vermelha, que passava pelo local e foi hostilizado. Mais tarde, um  adolescente de 17 anos foi perseguido por manifestantes. O jovem teve de ser escoltado por policiais, que usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta para controlar os agressores.