O número de desempregados aumentou em 600 mil pessoas de 2013 para 2014, um crescimento de 9,3% no período de um ano, segundo pesquisa do IBGE

O País criou 2,7 milhões de postos de trabalho na passagem de 2013 para 2014, mas o número de novas vagas não foi suficiente para absorver o aumento na procura por emprego. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgada neste sexta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2014, embora a população ocupada tenha avançado 2,9%, a fila do desemprego cresceu ainda mais: 9,3%. Segundo o IBGE, houve pressão dos inativos que passaram a buscar uma vaga. A taxa de desemprego aumentou de 6,5% em 2013 para 6,9% em 2014.

“A taxa de desocupação aumenta porque as pessoas que estão saindo da inatividade estão pressionando e procurando trabalho”, justificou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad no IBGE.

O número de desempregados aumentou em 600 mil pessoas de 2013 para 2014, um crescimento de 9,3% no período de um ano. Em todo o País, são 7,254 milhões de pessoas na fila do desemprego.

A pesquisa mostrou também elevação na proporção de trabalhadores informais. A fatia de empregados sem carteira assinada no setor privado avançou 0,5 ponto porcentual, para 21,5% do total. Já o trabalho por conta própria, que costuma abrigar atividades marcadamente informais, como comerciantes ambulantes, cresceu 0,7 ponto porcentual, para uma fatia de 21,4% do total de ocupados.

“Atividades como a indústria, que tem um porcentual grande de trabalhadores com carteira, tem um crescimento cada vez mais modesto, com impacto sobre esse tipo de vínculo. A parte dos serviços prestados a empresas, que tem alto grau de formalização, é um ramo que tem apresentado também menor absorção de trabalhadores”, justificou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Emprego e Rendimento do IBGE.

A indústria teve o pior crescimento (0,5%) no pessoal ocupado em 2014 entre os diversos setores pesquisados. O número de vagas nos serviços aumentaram 2,6%; no comércio, 5,0%; no setor agrícola, 3,4%; e na construção, 2,5%.

A Pnad apurou que o País tinha 98,621 milhões de pessoas ocupadas com 15 anos ou mais de idade, sendo 35,073 milhões delas com carteira de trabalho assinada no setor privado em atividade não agrícola.