O número de empregados no setor de telemarketing caiu 3,4% no acumulado até setembro, segundo a ABT (de empresas do ramo). Durante o ano, 16,7 mil trabalhadores foram demitidos.
“É o primeiro recuo desde 2006”, diz Cássio Azevedo, presidente da associação.
Até o ano passado, houve um incremento da força de trabalho de 11,4% por ano, que chegou a 490 mil pessoas em 2014. Hoje, são 473,3 mil.
“A mão de obra é 70% dos custos. Os aumentos no salário mínimo e na energia prejudicaram as margens do negócio”, afirma Azevedo, que também comanda a A&C, uma companhia da área.
Como as empresas não repassaram os reajustes, o caixa ficou baixo, o que diminuiu a capacidade de investimento e afetou a geração de novas vagas.
“A média de resultados do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] das companhias foi de 12% no ano passado. Em 2015, a projeção é que fique entre 5% e 6%.”
A região Sudeste concentrou a maior parte dos cortes do setor, com 15 mil demissões. As demais estão distribuídas entre Nordeste e Sul, de acordo com o executivo.
“A luz amarela está acesa. Se a trajetória da economia continuar como está, podem ocorrer novas demissões.”
Até então, o pior ano da série histórica havia sido em 2009, quando 2.000 vagas foram criadas.