Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindiquímicos Guarulhos e da CNTQ participou da Audiência pública realizada na sede da superintendência do MTE em São Paulo no dia 25 de outubro. Segundo Silvan, a realidade da indústria 4.0 no mercado de trabalho nacional provocara uma reorganização da indústria e, com isso essa nova metodologia de trabalho irá provocar a redução de postos de trabalho. Caberá as lideranças sindicais se unirem para assegura que a inovação e a tecnologia proporcione melhor ambiente para o trabalhador, com mais segurança e melhor qualidade de vida para esses profissionais que permaneceram nas fábricas. Principalmente em função das novas exigências profissionais será necessária a melhor remuneração dos profissionais. Ao governo, empresários e lideranças sindicais laborais, cabe assumirem o seu papel de atuação, papel que é importante no redirecionamento de parte dos trabalhadores que não irão continuar nessa nova fase das indústrias.
A audiência começou às 14h na sede Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo. A abertura foi feita pelo ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello. “Acredito no Brasil e acredito no futuro do país. Por isso estou aqui, como ministro, para uma discussão tão importante. Para ultrapassarmos a barreira tecnológica temos que pensar em inovação e qualificação profissional. O trabalhador qualificado encontra trabalho”, enfatizou o ministro, que destacou o saldo positivo de 137,3 mil empregos formais em setembro, o melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos, como apontado pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que o Ministério do Trabalho divulgou na segunda-feira (22).
O encontro reuniu representantes de diversos setores: indústria, sindicatos, universidades e Judiciário, entre outros. Durante a audiência, foram apresentados estudos e trabalhos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Senai/SP e Centro Paula Souza. A audiência foi finalizada com um painel de debates mediado pelo coordenador geral do Comitê de Estudos Avançados para o Futuro do Trabalho, Mário Magalhães.
Também estiveram presentes o procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, Erick Vinícius Schramm; o superintendente regional do Trabalho de São Paulo, Marco Antônio Melchior; o secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho, Claudio Secchin; o secretário adjunto de Emprego e Relação do Trabalho no Estado de São Paulo, Bruno Maluly; o 2º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho; o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, Murilo Celso de Campos Pinheiro; e a coordenadora da Comissão Estadual de Emprego e Trabalho do Estado de São Paulo, Layla Lopes.
Inteligência artificial e economia compartilhada – A primeira audiência pública regional promovida pelo Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho foi realizada em Florianópolis, no dia 16 de setembro, ocasião em que foram debatidos os impactos da inteligência artificial no futuro do trabalho. O encontro aconteceu na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e reuniu empresários, trabalhadores e especialistas. A cidade foi escolhida para sediar o encontro por ser um importante polo de informática e tecnologia do país.
A próxima audiência pública regional será realizada em Recife, no dia 16 de novembro, para debater a economia compartilhada. Paralelamente aos encontros estaduais, o Ministério do Trabalho também realiza as reuniões do Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho em Brasília. A terceira reunião do Comitê está agendada para 30 de outubro.
Proteção do trabalho – O Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho, criado pelo Ministério do Trabalho, reúne representantes do governo, do Judiciário, do meio acadêmico, de entidades de classe e sindicais (de empregados e empregadores) e tem a missão de discutir e propor formas de proteção ao emprego diante do avanço da automação.
As contribuições da sociedade brasileira também são recebidas pelo Ministério do Trabalho por meio de consulta pública (futurodotrabalho@mte.gov.br), com foco em três assuntos: presença das novas tecnologias nas atividades econômicas, impacto dessas tecnologias no mercado de trabalho e políticas públicas que promovam a inclusão de trabalhadores no processo de transformação.
As propostas serão analisadas pelo comitê, e o resultado será compilado para discussão no Conselho Nacional do Trabalho (CNT). A expectativa é de que o relatório final com os estudos e proposições do grupo seja apresentado dia 23 de novembro.