O Ministério da Fazenda afirmou em nota que o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre do ano veio pior do que o esperado e indica que o período de ajuste da economia brasileira se prolongou, em meio à persistência de incertezas econômicas e não-econômicas, da queda dos preços das commodities e da fraca atividade econômica mundial.
O PIB encolheu 1,7% no período julho-setembro na comparação com o trimestre anterior, na terceira retração consecutiva nesse tipo de comparação, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (1º).
“O resultado negativo de 1,7% veio abaixo do esperado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda”, afirmou o ministério na nota, acrescentando que o desempenho também frustrou expectativas do mercado.
A Fazenda destacou que, do lado da demanda, contribuiu para a queda de 4% nos investimentos apurada pelo IBGE “os efeitos diretos e indiretos da redução dos investimentos da Petrobras”.
A queda de 1,5% no consumo das famílias, por outro lado, reflete a queda do poder de compra como resultado da persistência da inflação.
“O combate à inflação, inclusive no setor de serviços e com a convergência da variação do IPCA para a meta de 4,5% ao ano, permanece, portanto, central para a manutenção do poder de compra e recuperação da atividade econômica.”
Do lado da oferta, o ministério afirmou que a retração de 3,1% da indústria de transformação evidencia que o setor não reagiu ainda ao câmbio mais desvalorizado e sentiu o baque da redução de estímulos tributários e de crédito para segmentos como o automotivo.
“Os resultados do terceiro trimestre indicam, portanto, uma extensão do período de ajuste da economia brasileira, em significativa parte por fatores que vão além do impacto do reequilíbrio fiscal na demanda agregada, e decorrentes da persistência de incerteza.”