Carnaval é tempo de festa e folia. Em meio às comemorações e à alegria, muitas vezes a violência contra a mulher fica oculta ou dissimulada sob a falsa máxima de que no Carnaval “vale tudo”. Nos quatro dias de carnaval, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 realizou 2.132 atendimentos, em 2017. Em relação ao ano anterior, foi registrado 2.167 operações, o que representou uma leve queda de 1,62%.

Em 2017, a violência física foi o principal motivo das ligações, 1.136 contatos, seguido da violência psicológica com 671, violência sexual com 109, violência moral com 95, cárcere privado com 68, violência patrimonial com 49 e tráfico de pessoas com 4 atendimentos.

Os atendimentos relativos a relatos de violência sexual tiveram um aumento de 87,93%, quando comparamos com o carnaval de 2016. Enquanto em 2016 a central realizou 58 atendimentos, em 2017 foram 109.

Segundo a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, não é possível afirmar com exatidão o motivo do aumento, mas as diversas campanhas de conscientização realizadas pelos governos e sociedade civil podem ter contribuído para o aumento do número de ligações.

“Acreditamos que, com informação, mais mulheres estão tendo coragem de ligar para o 180 e denunciar casos ou buscar orientação. Sabemos que no período do Carnaval muitas mulheres são alvo de violência sexual, que vão desde o assédio até ao estupro. É preciso trabalhar ações efetivas para coibir esse tipo de crime, não só no Carnaval, mas em todas ocasiões”, disse.