Estudo avaliou propostas que países levam à cúpula do clima em dezembro.
Metas de redução de emissões não evitam aquecimento ‘perigoso’ de 2°C.
Segundo o relatório, o melhor cenário que se pode esperar hoje na projeção para o ano de 2030 é um corte de 11 GtCO2/ano (bilhões de toneladas de CO2 por ano) na cota global. Para evitar que o planeta tenha um acréscimo de 2°C em sua temperatura média, considerado “perigoso”, o corte teria de ser de 23 GtCO2/ano, afirma o estudo que calcula o tamanho da “lacuna” entre a ação prometida e a ação necessária.
Intenções
Somadas a essas ações, o relatório avaliou também todas as chamadas INDCs (Intenções de Contribuições Determinadas Nacionalmente), os documentos que cada país tem de preparar para levar à cúpula do clima de Paris, em dezembro. São declarações de quanto cada nação se compromete a fazer até pelo menos 2030.
Dos 196 países membros da Convenção do Clima da ONU, 146 já entregaram seus INDCs, afirma o Pnuma, mas, na melhor das hipóteses, eles seriam capazes de derrubar as emissões até 54 GtCO2/ano em 2030. Para evitar o acréscimo de 2°C, porém, seria preciso que as emissões baixem até 42 GtCO2/ano.
Segundo o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, a cúpula do clima precisa criar algum tipo de mecanismo que permita aumentar a ambição nos cortes de emissão prometidos.
“O acordo de Paris deve adotar uma abordagem dinâmica na qual as contribuições, a mobilização do financiamento climático e outras formas de cooperação possam ser reajustadas para cima ao longo do tempo”, afirmou, em comunicado à imprensa.
Segundo o Pnuma, ainda há muito espaço para redução de emissões por meio de ganhos na eficiência de consumo energético, na produção de energia por fontes renováveis (como painéis solares e turbinas eólicas) e redução do desmatamento.