Poucos policiais na Avenida Paulista e grande número no Vale do Anhangabaú, inclusive cavalaria e veículos blindados

 


Neste feriado de 7 de setembro ocorreram diversas manifestações de apoio e contrárias ao presidente Bolsonaro (sem partido) em todo o Brasil. Na Avenida Paulista, onde ele repetiu o discurso de ódio contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e instituições democráticas, a PM usou poucos homens para o policiamento.
Ninguém era revistado, inclusive este jornalista que percorreu os dez dos 15 quarteirões ocupados pelos simpatizantes de ditadura militar e extinção do STF. Neste ato de protesto, a maioria das pessoas pertencia à classe média e classe média alta. Vestiam roupas de grifes. As mulheres portavam joias requintadas.
Poucos negros estavam nesta multidão de manifestantes. Eles apareciam, em grande número, vendendo refrigerantes e salgadinhos. Diversos cartazes escritos em inglês e francês defendiam o fechamento do STF e intervenção federal, resultando numa ditadura militar nos moldes do regime de 1964.

Tropa de choque
No Vale do Anhangabaú, Centro da cidade, onde ocorreu protesto contra Bolsonaro, o quadro era diferente. Ali, o governador paulista João Doria (PSDB) mostrou que continua contra o trabalhador e a população de baixa renda, os mais atingidos e mortos pela covid-19.

 

O perímetro Viaduto do Chá (próximo à sede da Prefeitura de SP), Rua Líbero Badaró, início da Avenida São João e Rua Xavier de Toledo, formando um quadrado, tinha inúmeros Pms da tropa de choque.
Dois blindados da Polícia Militar, conhecidos como brucutus, que joga jatos de água para dissolver manifestação, estavam parados na Praça do Patriarca e no Largo São Bento, a poucos metros do Anhangabaú. Diversos soldados da tropa de choque, usando máscara estilo “ninja”, portavam armas para disparar balas de borracha e lançar bombas de gás lacrimogênio.

 

Na avaliação da PM paulista, o protesto que ocorreu no Vale do Anhangabaú na tarde deste 7 de setembro era encarado como reunião de baderneiros e organizações inimigas do Estado, como CUT e MST entre as várias entidades que defendem o estado de Direito. Mesmo sufocados pelo enorme contingente de policiais, na avaliação de diversos profissionais de imprensa, alguns da mídia internacional, cerca de 70 mil pessoas ergueram as suas vozes contra a volta de uma ditadura, defendida pelo presidente Bolsonaro.

Luís Alberto Alves/Hourpress/Troad