Apenas a agricultura cresceu; indústria recuou 6,2% e serviços, 2,7%.
Em valores correntes, PIB chegou a R$ 5,9 trilhões.

A queda é a maior da série histórica atual do IBGE, iniciada em 1996. Considerando a série anterior, é a maior queda desde 1990, quando o recuo foi de 4,3%.
“Essa taxa de -3,8% é a menor dessa série, desde 96. Olhando essa série mais antiga, em 1990, tinha sido – 4,3%. Então, essa taxa [de -3,8%] é a menor desde 1990. Então, olhando uma perceptiva mais ampla, é a maior queda desde 1990”, analisou Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Entre os setores da economia analisados para o cálculo do PIB, apenas a agropecuária cresceu em 2015. A alta foi de 1,8% em relação ao ano anterior. Já a indústria amargou uma queda de 6,2% e os serviços, de 2,7%.
Com esse resultado, a economia do Brasil deve ter o segundo pior desempenho entre os países da América Latina, ficando atrás apenas da Venezuela, cujo PIB deve recuar 10%, segundo previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Entre os Brics, o Brasil deverá ter a queda mais acentuada.
A queda do PIB também sofreu influência do resultado negativo dos investimentos. A retração na formação bruta de capital fixo (que são os investimentos em produção), de 14,1%, foi atribuída principalmente à queda da produção interna e da importação de bens de capital. No ano anterior, o recuo havia sido bem menor, de 4,5%. Com isso, a taxa de investimento caiu de 20,2% em 2014 para 18,2% do PIB, no ano seguinte.
Já os gastos do governo diminuíram 1% em 2015, depois de terem crescido 1,2% no ano anterior.
Em 2015, diante da forte valorização do dólar em relação ao real, as vendas para o exterior cresceram e as compras, diminuíram. De acordo com o IBGE, as exportações aumentaram 6,1%, puxadas pelas commodities petróleo e minério de ferro, e as importações caíram 14,3%, sob influência dos segmentos de máquinas e equipamentos e de automóveis.
Previsões próximas
A previsão do mercado financeiro era de que o PIB encerraria o ano em queda de 3,8%, de acordo com o último boletim Focus que trazia as estimativas para 2015. Já a expectativa do Banco Central era ainda mais pessimista. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um indicador que tenta “antecipar” o resultado do PIB, sinalizava que a economia brasileira havia recuado 4,08% no ano passado.