O Ministério Público anunciou a devolução de R$ 157 milhões à Petrobras, dinheiro que tinha sido desviado no esquema de corrupção descoberto na empresa.

Uma cerimônia marcou a devolução de parte do dinheiro roubado da Petrobras pelo ex-gerente da empresa Pedro Barusco ao longo de mais de 10 anos.

O dinheiro que Barusco ganhava como propina era enviado para contas secretas na Suíça, mas depois de fazer o acordo de delação premiada, ele revelou onde estavam os valores.

O Ministério Público Federal pediu oficialmente a devolução à Suíça, o dinheiro foi transferido primeiro para uma conta judicial e agora vai para uma conta da Petrobras.

Os R$ 157 milhões correspondem a 80% dos R$ 197 milhões que Barusco prometeu devolver quando fez o acordo de delação premiada. Os 20% restantes ficarão retidos em uma conta judicial para ressarcimentos de outras empresas ou órgãos atingidos pelo esquema.

Para o procurador Geral da República, Rodrigo Janot, esse é o primeiro passo na recuperação dos valores desviados da Petrobras. “A gente começa hoje contribuindo de forma orgulhosa com a restituição de valores que foram indevidamente e ilicitamente subtraídos da Petrobras”, declarou.

O Ministério Público já firmou acordos de delação premiada que preveem devolução de R$ 570 milhões à Petrobras e já conseguiu bloquear outros R$ 500 milhões.

Parte do dinheiro devolvido agora vai servir para reforçar os sistemas de controle da empresa e evitar outros casos de corrupção, como sugeriu o juiz Sérgio Moro. O presidente da companhia explicou o que já está sendo feito para evitar novos roubos.

“Estamos contando com o trabalho de escritórios externos independentes na realização deste trabalho, além de termos instalado um comitê especial para coordenar essas ações. Não há soluções mágicas, mas a estruturação vai garantir que esses crimes praticados contra a Petrobras não se repitam”, disse Aldemir Bendine, presidente da Petrobras.

Um dos procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato destacou a importância das delações premiadas nesse processo.

“Se não fossem as delações e o acordo de colaboração firmado, esses recursos teriam que seguir o trâmite ordinário, que pode levar mais de 10 anos para ser concluído”, explica Paulo Roberto Galvão.

Fonte: G1