Pesquisa mostra que classe média encolheu em 2015, diz Jornal Nacional.
Outras 914 mil famílias passaram a fazer parte das classes mais baixas.
Para avaliar as mudanças na chamada “pirâmide social”, dividida em seis classes, o estudo levou em conta a quantidade de bens, o tempo de escolaridade e o acesso a serviços públicos. No ano passado, os pesquisadores descobriram que caiu o padrão de vida de 1 milhão de famílias que estavam nas classes B1, B2 e C1, o meio da pirâmide.
Para Luís Pilli, diretor da Abep, a pesquisa não aponta que houve um retrocesso, mas que ele não leva a sociedade “lá para trás”. “Aconteceu até mais rápido do que a gente esperava, o que indica que existe um movimento realmente profundo acontecendo na economia pra provocar isso em tão pouco tempo”.
“Quando o mercado de trabalho vai mau, afeta as duas coisas: tem menos gente trabalhando e as pessoas que trabalham estão ganhando menos e não consegue recompor a inflação”, disse ao JN o economista da FGV-RJ, Armando Castelar. Para ele, as pessoas vão continuar procurando bico, fazendo com que o rendimento caia.
O pesquisador do Ipea José Ronaldo de Castro Souza disse ao JN acreditar que esse ciclo tem fim. “Os ciclos econômicos vão e vêm. Tem um momento ruim, mas depois acaba tendo uma recuperação. Quando essa recuperação vai acontecer é que é o problema. Qual a margem da recuperação? Quanto tempo vai demorar pra gente repor aquela perda de renda que a gente já teve?”, questiona.