Conforme prevíamos, o ano de 2018 tem sido um ano de grandes desafios à classe trabalhadora e suas lideranças sindicais, com destituição dos direitos e várias tentativas de desqualificar o trabalho e os anos de história em prol dos trabalhadores.
E é neste cenário que temos buscado nos manter unidos contra a Reforma Trabalhista que desconstituí direitos e aniquila o direito ao trabalho com justos salários, jornada de trabalho referendado, convênios médicos, ambiente salutar e excelente infraestrutura para o desempenho das atividades laborais, ações de prevenção à saúde e de acidentes, Participação nos Lucros e/ou Resultados – PLR, reconhecimento profissional, entre outros.

Na mesma medida em que o trabalhador precisa das leis para assegurar os seus direitos, ele necessita e muito do Sindicato como ferramenta de intermediação e garantia para que todas as concessões e benefícios sejam resguardados. E claro, este enfrentamento contempla a malfadada Reforma da Previdência.

 

No que pese algumas mudanças bruscas e abruptas desta relação entre trabalhador e empregador, a Convenção Coletiva de Trabalho – CCT dos Químicos em discussão no momento é a garantia de conquistas e avanços que serão pontuais para que você, trabalhador, se proteja e tenha acesso aos benefícios, bem como a sua manutenção. Ressaltamos a importância do custeio sindical para fortalecimento da negociação coletiva, mantendo a unidade de ação contra os impactos da Reforma Trabalhista nos direitos dos trabalhadores e demais manobras usadas pelo Governo Michel Temer como forma de destruir o movimento sindical. Precisamos fortalecer as estruturas sindicais com o objetivo de equilibrar o processo de negociação coletiva.

 

O momento delicado exige que estejamos atentos a todo tipo de intimidação e inverdades plantadas pelos meios de comunicação que, a todo o momento, buscam intimidar e influenciar os trabalhadores com notícias fabricadas.

 

As tentativas de manipulação também são feitas por meio das mídias sociais. Infelizmente, muitos trabalhadores têm se deixando levar pelas mentiras que se propagam a todo o momento. Não se deixem enganar.

Todos os setores em campanha salarial e em vias de negociações enfrentam a resistência do setor empresarial, que amparados pela nova legislação criada e levada a efeito pelo Governo busca a precarização da relação Capital X Trabalho e a retirada sumária de conquistas que há décadas vem beneficiando os trabalhadores do setor.
Enquanto trabalha pelo aumento de seus resultados, da sua lucratividade operacional, o setor empresarial, amparado pela lei, vem reduzindo o já tão minguado direito dos trabalhadores, a exemplo da redução de adicionas de hora-extra, do adicional noturno, retirada de proteção aos trabalhadores que estão próximos da aposentadora, retirada de proteções para a mulher trabalhadora, retirada de benefícios extensivos à família dos trabalhadores, entre outros pontos de desconstituição de direitos.
Claro que temos uma parcela de empresários que buscam auferir os seus lucros sem precarizar a relação Capital X Trabalho.

 

Se o trabalhador não se aperceber da importância e necessidade de valorização do trabalho das lideranças sindicais, a grande vítima deste processo será ele próprio. Não temos mais tempo e nem espaço para divergências entre dirigentes Sindicais e trabalhadores. Esta postura só fortalece o setor empresarial.

 

Neste momento, estão em curso as seguintes negociações: Campanha Salarial do setor Químico, do ramo de Tintas, Abrasivos, Resinas, Cosméticos e do setor Plástico fora de Guarulhos negociada com um grupo de Sindicatos patronais, o CEAG-10, com a data-base em 1º de novembro e que abrange todo o Estado de São Paulo.
Plásticos de Guarulhos que têm uma CCT específica para este segmento, tendo em vista que existe um Sindicato patronal que tem realizado tratativas com algumas empresas e com a possiblidade de avançar nas Convenções Coletivas e nas especificidades de cada empresa, com previsão legal para isso. Mas continuamos valorizando e prestigiando as CCTs.
Temos também a negociação que acontece simultaneamente e específica para o setor de Reciclagem em todo o Estado de São Paulo. Esta Convenção tem algumas diferenças com relação as demais e tem uma particularidade. As empresas do setor de Reciclagem precisam, por meio do Sindicato, fazer a adesão desta Convenção, o que nos aproxima ainda mais, porque neste momento, a entidade sindical tem condições de averiguar o cumprimento da legislação, como registro em carteira, condições de trabalho, entre outros.

Nesse sentido, nos manter unidos e coesos é a garantia de resistência contra o conjunto de destituição de direitos, como as jornadas intermitentes, a terceirização de forma desenfreada, etc. É inadmissível esta inversão de valores que visa tirar o pouco que os trabalhadores têm de ganho conquistado ao longo de muitos anos de luta.

Nesta campanha salarial, precisamos sim, que o trabalhador esteja muito consciente do seu papel, por exemplo, nós somos uma das poucas categorias que têm assegurado a negociação da Participação de Lucros e/ou Resultados – PLR. Neste quesito, temos casos em que a empresas entende que não é interessante para ela fazer uma discussão específica e acaba por se submeter ao cumprimento da Cláusula da CCT, o que é legítimo. Os Sindicatos estão priorizando a negociação por empresa, mas também é facultado a empresa tomar esta decisão.
E quando a empresa cumpre e respeita a CCT, ela fortalece o seu próprio negócio porque este trabalhador que tem um ganho um pouco maior está fazendo o mercado se movimentar, com consumo dentro da região onde mora e trabalha. Então, como resultado há uma maior movimentação da economia e todos ganham. Outro quesito importante, é estarmos organizados ainda mais para termos segurança no ambiente de trabalho. Saúde e Segurança são fundamentais para o trabalhador. Quando o trabalhador sai da sua casa, ele vai para a empresa para vender o seu conhecimento, a sua expertise, a sua capacidade de trabalho e não para vender a saúde ou a integridade física, então só vai ser possível vencermos estes obstáculos se estivermos unidos.

 

Neste importante ano eleitoral, aproveitamos também para ressaltar que devemos buscar inserir as pautas social e trabalhistas nos programas dos candidatos, a fim de debater nossas reivindicações e lutas.

 

Devemos ter o entendimento para que possamos identificar quem é a favor do povo trabalhador e que pode contribuir efetivamente para o crescimento deste País.
Por meio do voto consciente, nós somos os responsáveis por colocar representantes comprometidos com a classe trabalhadora. O Brasil precisa retomar o seu crescimento, exterminar a corrupção e acabar com a bandalheira que toma conta deste País e que faz com que você, trabalhador, não tenha seus direitos resguardados e pague uma conta que não é sua. Sigamos trabalhando e lutando por um Brasil de igualdade social e que respeita a nossa história. A luta continua e o trabalho não cessa.