Medida começa em 17 de fevereiro e empregados terão licença remunerada.
Montadora aponta baixa nas vendas como motivo do afastamento.
A Mercedes-Benz afirmou nesta quinta-feira (11) que vai afastar cerca de 1,5 mil trabalhadores ligados à produção da fábrica de São Bernardo do Campo a partir de 17 de fevereiro. Os empregados ficarão em processo de licença remunerada por tempo indeterminado, afirmou a montadora, que produz caminhões, ônibus e agregados na fábrica do ABC.
De acordo com a empresa, o grupo de 1,5 mil trabalhadores representa uma parte do atual excedente da empresa, que supera 2 mil funcionários na fábrica de São Bernardo do Campo.
“O ano de 2016 começou com o mercado de veículos comerciais ainda mais baixo, sinalizando que terá um volume de vendas inferior a 2015, o qual já foi bastante ruim”, disse a montadora por meio de sua assessoria de imprensa. A Mercedes-Benz diz que tem utilizado apenas metade da força de trabalho na fábrica.
Em janeiro, o segmento de caminhões e ônibus fechou com 5.601 unidades emplacadas, representando uma queda de 43,46%, em relação a janeiro de 2015, quando 9.906 unidades foram vendidas.
Sobre o afastamento, a empresa diz que serão concedidos 4 dias de PPE (Programa de Proteção ao Emprego) por mês até maio, quando a medida será reavaliada e terminará a redução de jornada, enquanto os demais dias serão considerados licença remunerada.
O G1 entrou em contato com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que anida não se pronunciou sobre o caso.
Emprego na indústria automotiva
De acordo com a associação dos fabricantes de veículos (Anfavea), em 1 ano, cerca de 14,8 mil trabalhadores da indústria automotiva perderam seus empregos. No total, as fábricas empregam atualmente 129,4 mil pessoas, ante 144,2 mil em janeiro do ano passado. A redução da força de trabalho foi de 10,2% no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, informou a Anfavea.
Além disso, 41.900 funcionários estavam com alguma redução da jornada no final de janeiro, sendo 6.300 com a suspensão temporária dos contratos (lay-off) e 35.600 dentro do Plano de Proteção ao Emprego (PPE), proposto pelo governo federal para evitar demissões.