Copom elevou a taxa básica de juros em 1,50 ponto porcentual, de 9,25% para 10,75% ao ano, na semana passada.
Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada, o aumento da Selic será maior do que o esperado pelo mercado e que não deve terminar em março. O Copom elevou a Selic em 1,50 ponto porcentual, de 9,25% para 10,75% ao ano, a oitava alta seguida. A estimativa feita pela maioria dos economistas é de uma Selic subindo de 11,75% para 12,25% até maio deste ano.
Impactos
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que houve em janeiro uma alta de 0,54% na base mensal dos preços da cesta de produtos que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tido como o “número oficial” da inflação brasileira.
O índice veio em linha com o consenso levantado pela Refinitiv, que projetava um acréscimo de 0,55%, e trouxe ainda uma desaceleração na comparação com a variação registrada em dezembro, que foi de 0,73%. Na base anual, por fim, o crescimento acumulado foi de 10,39%, sendo que o número esperado era 10,40%.
Juros da Selic impacta nas compras em supermercados e feiras livres
Com a Selic a 10,75%, em fevereiro deste ano, o comércio passa a repassar o peso da taxa de juros aos produtos. Enquanto o salário é reajustado apenas uma vez ao ano, os preços nos supermercados e feiras livres mudam todos os dias. É a tentativa do comerciante não ficar no prejuízo.
Exemplo disto ocorre com o litro de leite de caixinha, que dependendo da marca varia de R$ 3,20 a R$ 4,65. Imagine um trabalhador cujo consumo de leite é alto em sua casa, por causa dos filhos. Caso compre dez caixinhas de leite vai desembolsar R$ 32,20 ou R$ 46,65.
Dependendo do açougue, com R$ 32,20 ele conseguirá comprar 1 quilo de acém. Por causa da crise provocada pela pandemia, os comerciantes repassam a alta dos juros, que repercutem sobre suas mercadorias, ao trabalhador. Conclusão: ele gasta cada vez mais e leva menos compra para a casa. Ou seja, passa a comer menos.
Taxa Selic. De 2018 a 2022
Data Valor
21/03/2018 6,50
16/05/2018 6,50
16/05/2018 6,50
20/06/2018 6,50
01/08/2018 6,50
31/10/2018 6,50
12/12/2018 6,50
06/02/2019 6,50
20/03/2019 6,50
08/05/2019 6,50
19/06/2019 6,50
31/07/2019 6,00
18/09/2019 5,50
30/10/2019 5,00
11/12/2019 4,50
05/02/2020 4,25
18/03/2020 3,75
06/05/2020 3,00
17/06/2020 2,25
05/08/2020 2,00
16/09/2020 2,00
28/10/2020 2,00
09/12/2020 2,00
20/01/2021 2,00
17/03/2021 2,75
05/05/2021 3,50
16/06/2021 4,25
04/08/2021 5,25
22/09/2021 6,25
27/10/2021 7,75
08/12/2021 9,25
02/02/2022 10,75
Fonte: Banco Central