Há relatos de paralisação em pelo menos 17 estados. Ao menos 30% dos residentes continuariam atendendo, afirmou associação.
Médicos residentes que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) paralisaram suas atividades nesta quinta-feira (24). Segundo a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), que organizou o movimento, pelo menos 30% dos residentes deveriam continuar com as atividades para garantir atendimento de emergência aos pacientes.
O G1 acompanhou atividades do “Dia da Valorização da Residência Médica” em mais de dez estados.
Entre as reivindicações dos residentes estão a fiscalização dos programas de residência do país para garantir sua qualidade, a suspensão de cortes orçamentários em serviços em que atuam médicos residentes, a criação de um plano de carreira para médicos preceptores (aqueles que supervisionam a atuação dos residentes), a criação de um plano de carreira nacional para médicos do SUS, o cumprimento da lei que garante auxílio moradia aos residentes, além de equiparação do valor da bolsa de residência com as bolsas de outros programas federais, como Mais Médicos e Provab.
O Ministério da Educação (MEC) afirmou, em nota que se reuniu com a ANMR na sexta-feira (18) e, na ocasião, agendou três reuniões para debater as reivindicações da associação: as duas primeiras em outubro e a terceira em novembro. “O MEC também já apresentou à associação ponderações sobre cada um dos pontos reivindicados e associação concordou em analisar as considerações do MEC e de retomar os temas nas agendas estabelecidas”, diz a nota divulgada pela pasta.
Veja abaixo como está a situação nos estados:
Amapá: médicos residentes que atuam em hospitais públicos de Macapá aderiram à paralisação. Segundo a representação dos profissionais, foram mantidos os serviços essenciais de urgência e emergência.
Acre: 73 médicos residentes do estado aderiram à movimentação nacional e paralisaram as atividades.
Amazonas: um ato reuniu manifestantes em frente ao Hospital Adriano Jorge, localizado no bairro Cachoeirinha, na Zona Sul de Manaus, e reuniu cerca de 60 profissionais. A paralisação terminou no fim da manhã.
Bahia: segundo informações de Francisco Magalhães, presidente do Sindicato dos Médicos na Bahia (Sindimed), cerca de 300 profissionais participaram de manifestação em Salvador. Uma assembleia seria realizada à tarde.
Espírito Santo: a paralisação afetou vários hospitais da Grande Vitória. Com cartazes e panfletos, os médicos se reuniram às 10h no Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), onde alguns doaram sangue, e seguiram para o Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam), em passeata.
Mato Grosso: Médicos residentes que atendem nos postos do Programa de Saúde da Família (PSF) e em hospitais públicos e privados de Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, paralisaram as atividades nesta quinta.
Minas Gerais: residentes de Montes Claros, no norte do estado, aderiram à paralisação, assim como médicos residentes de Juiz de Fora, onde o movimento afetou o Hospital Universitário, o Hospital Geral e Maternidade Therezinha de Jesus, o Hospital João Penido, a Santa Casa de Misericórdia e também o Hospital Oncológico 9 de Julho.
Pará: o número de profissionais que aderiu à paralisação não foi informado pela Associação dos Residentes do Pará, mas um grupo de 90 pessoas participou de um protesto solidário doando sangue no ato no Hemocentro do estado do Pará (Hemopa).
Paraíba: cerca de 120 médicos residentes do Hospital Universitário Lauro Wanderleym, em João Pessoa, cruzaram os braços durante uma manifestação na manhã desta quinta.
Paraná: residentes que atendem pelo SUS protestaram em hospitais de diferentes cidades paranaenses.
Rio de Janeiro: na capital, cerca de 200 médicos residentes interditaram ruas da zona sul em apoio ao movimento de paralisação.
Rio Grande do Sul: médicos residentes de sete cidades aderiram ao movimento: Porto Alegre, Canoas, Pelotas, Rio Grande, Caxias do Sul, Santa Maria e Passo Fundo. A expectativa era que 22 hospitais fossem afetados.
Pernambuco: médicos residentes só mantiveram serviços essenciais de oncologia, urgência e emergência no Recife.Cerca de 300 residentes participam do movimento.
São Paulo: aderiram à paralisação residentes de ao menos cinco cidades. Em Botucatu, 300 dos 400 residentes do Hospital das Clínicas pararam as atividades.Também cruzaram os braços 150 residentes da Faculdade de Medicina de Marília. Médicos residentes do Hospital Guilherme Álvaro, de Santos, também participaram. Taubaté e São José dos Campos tiveram 200 residentes aderindo ao movimento.
Santa Catarina: residentes de seis cidades catarinenses paralisaram as atividades
Sergipe: cerca de 180 médicos residentes de Aracaju paralisaram as atividades, afetando os hospitais Universitário, Cirurgia e de Urgência de Sergipe.
Tocantins: Durante a manhã, os médicos fizeram uma manifestação no Hospital Geral de Palmas (HGP) pedindo melhores condições de trabalho e aprendizado. Segundo a Associação Tocantinense dos Médicos Residentes, cerca de 95 profissionais de Palmas, Gurupi e Araguaína aderiram a manifestação.