Índice aponta que estas crianças têm dificuldade de reconhecer figuras geométricas, o valor monetário de uma cédula e contar objetos, por exemplo.

Um total de 55% dos alunos de 8 anos que estão no final do 3º ano do ensino fundamental nas escolas públicas brasileiras tem conhecimento insuficiente em matemática e leitura, segundo dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) 2016, divulgados pelo Ministério da Educação nesta quarta-feira (25). Em linhas gerais, o índice aponta que a criança tem dificuldade de reconhecer figuras geométricas, valor monetário de uma cédula e contar objetos, por exemplo. Apresenta também dificuldade para ler palavras com mais de uma sílaba e para identificar o assunto de um texto mesmo estando no título.

Ao final do terceiro ano do ensino fundamental é esperado que a criança já esteja plenamente alfabetizada.

O exame do governo foi aplicado em novembro do ano passado para mais de 2,1 milhões de alunos do terceiro ano do ensino fundamental em 48 mil escolas. Para medir o nível de proficiência em leitura e matemática foram aplicadas, em cada disciplina, 20 questões com respostas objetivas com quatro alternativas cada. A ANA também avaliou a escrita dos estudantes com três perguntas dissertativas.

Em matemática, 45% dos alunos têm nível suficiente de conhecimento, sendo que só 27% está no patamar desejável. Estes conseguem, por exemplo, reconhecer informações em gráficos de barras e calcular subtração com até três algarismos.

Em leitura, o índice dos alunos com conhecimento adequado para a idade também é de 45%. Porém, só 13% estão entre os considerados com conhecimento “desejável”, que estão no topo da escala. Somentes estes conseguem, por exemplo, reconhecer os participantes de um diálogo em uma entrevista fictícia.

Apesar do cenário alarmante, a prova apontou que houve avanço em relação a última edição, de 2014. Na época, o índice de alunos com conhecimento insuficiente em matemática era 57%, e 56% em leitura.

Escrita

A ANA 2016 também apontou que 34% dos alunos brasileiros do 3º ano apresentaram proficiência insuficiente na escrita. Isso significa que estes estudantes têm dificuldade que vão desde escrever palavras com algum correspondência até cometer erros de ortografia.

Segundo o MEC, houve mudanças metodológicas entre as edições de 2014 e 2016 que impossibilitam a comparação dos dados.