Categoria química apoia as manifestações contra os cortes feitos pelo governo federal na Educação.

 

É um absurdo tratar as universidades federais como algo desprezível. Talvez este governo desconheça que foi numa universidade, a Unicamp de Campinas, que pesquisadores reproduziram pele humana em laboratório, estudo premiado no Congresso Mundial de Banco de Tecidos, realizado no Rio de Janeiro. Essa invenção será utilizada em pacientes vítimas de queimaduras ou feridas graves.

Também é ignorado por este governo o trabalho de pesquisa realizado na USP, que resultou na devolução de movimento a vítimas de AVC, por meio de retirada de coágulos de artérias do cérebro. O que dizer dos estudos feitos na Unesp finalizando na descoberta de substância repelente e mortal contra o mosquito da dengue?
É alvo de desprezo, também, o brilhante trabalho realizado na Universidade Federal do Ceará, com a criação de pomada cicatrizante a partir da água de coco. Nesta mesma linha, este governo ignora os pesquisadores da Universidade Federal Fluminense, que descobriram moléculas capazes de combater a leucemia, que mata inúmeros brasileiros, principalmente nas regiões onde são escassos os recursos da Saúde. Nesta mesma universidade, os pesquisadores utilizam a inteligência artificial na detecção de doenças mentais.
Mas o que esperar de um governo federal que insiste em privilegiar os banqueiros? Do orçamento da União, estimado em R$ 3,26 trilhões para 2019, os especuladores financeiros ficarão com R$ 1,4 trilhão, ou seja, 44% de todo esse orçamento. Só com aproximadamente R$ 1 trilhão é possível construir mil hospitais públicos de médio porte gerando 60 empregos diretos na área da Saúde, em cada uma destas unidades, ou seja 60 mil funcionários de volta ao mercado de trabalho.
O decreto 9.741, de 29 de abril de 2019, autorizou a retirada de R$ 5.839 bilhões, aproximadamente 25% do previsto para investimento em Educação, por causa do contingenciamento de R$ 29, 5 bilhões do Orçamento da União deste ano. Na soma total, as pastas da Educação, Saúde e Cidadania ficaram sem R$ 7,5 bilhões.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019 garantiria R$ 23,6 bilhões de verbas discricionárias para a Educação. O governo federal despencou estes recursos para R$ 17,7 bilhões. O dinheiro cortado seria utilizado desde investimentos em universidades federais até a compra de insumos básicos para o funcionamento dos serviços públicos. Algumas universidades federais vão cancelar obras de construção de hospitais universitários, onde alunos de medicina prestariam serviços de Saúde à população, no processo final do curso.