A desvalorização de 22,6% do real em relação ao dólar registrada nos sete primeiros meses deste ano não conseguiu impulsionar as exportações da indústria farmacêutica brasileira, que recuaram 15,99% no período.
A queda das vendas para outros países foi mais acentuada do que a das compras. A retração das importações, decorrente da debilidade do mercado interno, ficou em 8,44%, segundo o Sindusfarma (sindicato do setor).
“Na área farmacêutica, não se conquista mercado por causa de variação cambial. Não é uma commodity”, diz o presidente da entidade, Nelson Mussolini.
“Cada medicamento exportado precisa ter registro no país [de destino].”
O ganho de competitividade em alguns países da América Latina também levou empresas a adquirir ou instalar fábricas na região, segundo o executivo. A Eurofarma, por exemplo, tem unidades na Colômbia e na Argentina.
“Ainda tem a concorrência forte com produtos, principalmente genéricos, da China e da Índia”, diz.
“O dólar alto acaba atrapalhando o setor, porque somos mais dependentes da importação [de insumos] do que exportadores. A rentabilidade das empresas piorou e isso terá um impacto nos descontos repassados pelas farmácias.”
O deficit da balança comercial do setor passou dos US$ 3,4 bilhões dos primeiros setes meses de 2014 para US$ 3,2 bilhões no mesmo período deste ano, o que representa um recuo de 6,43%.