Presidente concedeu entrevista à EPTV, afiliada TV Globo, nesta quarta (14).
Ela disse que não há acusação que justifique um impeachment.

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em entrevista exclusiva à EPTV, afiliada TV Globo, nesta quarta-feira (14), em Piracicaba (SP), que a oposição busca atalhos para chegar ao poder através do que ela chamou de “pedaladas políticas”.

Dilma esteve na cidade para participar da inauguração de um complexo de laboratórios do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

Não está certo tentar chegar ao poder através de vamos dizer assim, isso sim, pedaladas políticas, isso sim é pedalada. É chegar ao poder através de atalhos”
Dilma Rousseff, presidente

“Não está certo tentar chegar ao poder através de vamos dizer assim, isso sim, pedaladas políticas, isso sim é pedalada. É chegar ao poder através de atalhos. Atalhos, porque eu sou uma presidente que tem uma vida ilibada”, afirmou.

A presidente disse também que as pedaladas fiscais – nome dado as práticas que o governo teria usado para cumprir as suas metas fiscais – não são exclusivas de sua gestão e que já eram feitas por presidentes anteriores.

“As práticas, que hoje chamam pedaladas, foram feitas por todos os governos antes de mim. Se é para mudar, nós não temos problemas, nós mudamos daqui para frente. Mas não temos como mudar o que até então era visto e tido como correto”, afirmou Dilma Rousseff.

Impeachment
Dilma disse ainda que não há nenhuma acusação contra ela que justifique um processo de impeachment, por isso, classificou os pedidos de afastamento como “casuístas” e “golpistas”.

“Nós achamos que não existe nenhuma base, nenhuma materialidade, nenhum elemento  para se pedir um processo de impedimento em relação ao meu mandato. Nós consideramos que é de fato uma medida muito casuísta, não só casuística, mas golpista”, afirmou.

Embora o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já tenha rejeitado pedidos de impeachment de Dilma, há outros para análise, um deles assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr.

Sobre esse pedido, a expectativa é que Cunha tome uma decisão ainda nesta semana.

‘Torcem para o pior’
Na entrevista, a presidente afirmou que parte da oposição pensa apenas em si mesma e “torce para o pior do país”.

“Partes da oposição, eu não digo que é toda a oposição, partes da oposição, torcem para o quanto pior melhor, aprovam medidas que quando estavam no governo não defendiam e eram contra. Então, torcer para o quanto pior melhor, é sempre torcer para o melhor para si mesmo e o pior para a população. Isso não está certo”, finalizou Dilma.