Os trabalhadores demitidos da CRW reuniram-se no dia 10 de outubro, com os dirigentes do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região – Sindiquímicos na sede da entidade.
Foram 76 demitidos entre sexta, 7 e segunda, 10.
Em contato com a empresa, a direção do Sindiquímicos recebeu a informação de que não há nenhuma indicação de prazo de pagamentos das verbas rescisórias.
Os trabalhadores estão preocupados com o acesso ao seguro-desemprego, pois há indicativos de que a empresa, administrada por Carlos Roberto de Campos, candidato a prefeito nas eleições do último dia 2 de outubro, faz apontamentos em holerite, mas não recolhe o FGTS, além de não repassar o INSS e a contribuição sindical.
Também há a informação de que muitos dos trabalhadores estão com o vale e o pagamento de setembro em atraso, assim como as férias.
Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindiquímicos e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ lamenta mais uma vez o posicionamento da empresa que insiste em desrespeitar os seus trabalhadores. “Diante das dificuldades que o mercado impõe, lembramos que alternativas devem ser construídas em conjunto – trabalhadores e empresas. Rechaçamos qualquer tipo de ameaça aos trabalhadores, bem como o comportamento agressivo e descompensado do sócio-proprietário da empresa”.
Silvan ressalta: “Sabemos que a legislação assegura a empresa, o direito de contratação e demissão dos trabalhadores, mas também, exige que a empresa cumpra com os seus deveres e obrigações”.
A direção do Sindiquímicos reitera a importância do cumprimento de direitos e deveres da empresa. “Havendo prejuízo ao trabalhador quanto ao não recolhimento do FGTS, este benefício será cobrado judicialmente”.
Uma nova reunião entre os trabalhadores demitidos e o Sindicato está agendada para as 10h da próxima segunda, dia 17 na sede da entidade. O Sindicato notificou a empresa e aguarda manifestação até sexta, dia 14 de outubro.
Desmandos na empresa são recorrentes
Diante da demissão de mais de 100 trabalhadores em 2014, o Sindicato ingressou com ação civil pública na 10ª Vara do Trabalho de Guarulhos/SP contra a CRW em 15 de agosto. Na justificativa do pedido feito pelo Departamento Jurídico do Sindiquímicos constavam alguns desmandos como a conduta da empresa em dispensar os trabalhadores sem o pagamento das verbas rescisórias, obrigando-os a procurar a Justiça do Trabalho, dispensar por “justa causa” trabalhadores portadores de estabilidades, agressões verbais por parte do sócio-proprietário da empresa, Carlos Roberto de Campos, atraso nos pagamentos de salários, suspensão de convênio médico, e cesta básica.
Enfim, a sucessão de arbitrariedades gerou no dia 1º de agosto, uma mobilização dos trabalhadores que, insatisfeitos, paralisaram as atividades laborais.
À época, a mobilização dos trabalhadores em situação financeira crítica, pedia o cumprimento do acordo e o pagamento das verbas rescisórias, assim como que a empresa não efetuasse mais demissões sem o cumprimento de suas obrigações trabalhistas e também que não iniciasse o processo de contratação de novos trabalhadores, que é uma constante na empresa, até que todos os pagamentos fossem efetuados.
Durante o processo, foram realizadas inúmeras mediações junto ao Ministério Público do Trabalho que acatou a solicitação do Sindiquímicos, evitando assim mais demissões e contratações no período.
A empresa foi condenada a pagar uma indenização de R$ 35 mil reais, valor revertido ao
GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer
CRW alega crise financeira, mas visa ampliar negócios
Em meio à crise financeira alardeada pela CRW, o que segundo, a empresa tem motivado a falta de recursos e, consequentemente, a falta de compromisso com os seus trabalhadores, a empresa foi destaque no Jornal DCI em uma matéria em que fala de seus planos de diversificar seus negócios além do setor automobilístico.