Bomba de hidrogênio é geralmente mais poderosa que bomba nuclear.
Teste acontece dois dias antes do aniversário do ditador Kim Jong-Un.

O teste surpresa da bomba H foi autorizado pessoalmente pelo máximo líder norte-coreano, Kim Jong-Un, dois dias antes do seu aniversário, anunciou a TV.

O dirigente norte-coreano deu a entender, no mês passado, em uma inspeção a uma unidade militar, que seu país havia concluído a montagem de uma bomba de hidrogênio.

A bomba de hidrogênio ou termonuclear utiliza a fusão do átomo em cadeia e provoca uma explosão mais potente que a chamada bomba atômica, que utiliza a fissão nuclear. A bomba de hidrogênio (fusão) é mais poderosa e mais difícil de construir. Já a bomba A (fissão) é semelhante à utilizada em Hiroshima.

Dúvida
A agência de espionagem sul-coreana, no entanto, contesta que a Coreia do Norte tenha testado uma bomba de hidrogênio, segundo Lee Cheol Woo, integrante do comitê de inteligência do Parlamento, segundo a AP. O tamanho relativamente pequeno da onda sísmica levantou a suspeita.

Lee diz que mesmo uma detonação que falhou de uma bomba de hidrogênio poderia ter provocado o mesmo impacto que o mencionado.

O anúncio surpresa sinaliza que os esforços para frear o impulso do país para colocar um arsenal nuclear em funcionamento têm sido pouco eficientes.

Registro do terremoto
O sismo teve magnitude de 5.1. O terremoto foi registrado por volta das 10h no horário norte-coreano (23h30 no horário de Brasília), e ocorreu na zona de testes nucleares do país, anunciou o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

O Instituto Geológico explicou que o epicentro do tremor foi registrado no nordeste da Coreia do Norte, a cerca de 50 km de Kilju, na mesma zona onde se encontram instalações nucleares, informou a agência France Presse.

Um funcionário da agência meteorológica da Coreia do Sul disse que acreditava que o terremoto foi provocado artificialmente, sem entrar em detalhes. A confirmação se deu após o anúncio da Coreia do Norte.

Reações pelo mundo
É provável que um teste com bomba de hidrogênio faça a ONU impor novas sanções à Coreia do Norte, de acordo com a AP.

A prova nuclear realizada pela Coreia do Norte é uma séria ameaça à segurança do nosso país e não podemos, absolutamente, tolerar isto”
Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês

A Coreia do Sul declarou que o teste nuclear é um “grave desafio” para a paz mundial.

O chefe da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes da ONU, que monitora o mundo todo na questão de testes nucleares, diz que, se o anúncio da Coreia do Norte for confirmado, seria uma violação do tratado e uma grave ameaça à paz e segurança internacionais.

A União Europeia considerou no caso uma grave violação das resoluções da ONU e uma ameaça à paz.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, qualificou o teste de “grave desafio” e “ameaça séria” à região. “Condeno firmemente” este teste, declarou. “A prova nuclear realizada pela Coreia do Norte é uma séria ameaça à segurança do nosso país e não podemos, absolutamente, tolerar isto.”

O premier japonês qualificou o teste de “grave desafio aos esforços internacionais de não proliferação” de armas nucleares.

A China, a Austrália, a França e a Rússia também condenaram o teste. Principal aliada da Coreia do Norte, a China afirmou que o teste representa um desafio à comunidade internacional e pediu que o país suspenda atos que provoquem uma escalada de tensão na região.
As ações agravam a situação na península coreana já marcada pelo alto potencial de confronto político e militar”
Maria Zakharova, ministra de Relações Exteriores da Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Julie Bishop, afirmou em comunicado que “confirma o status da Coreia do Norte como um Estado pária e uma contínua ameaça à paz e à segurança internacional”.

Já o presidente francês, François Hollande, disse em um comunicado que “a França condena esta violação inaceitável das resoluções do Conselho de Segurança e apela a uma forte reação da comunidade internacional”.

A ministra de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o teste é uma forte violação das leis internacionais. “As ações agravam a situação na península coreana já marcada pelo alto potencial de confronto político e militar”, declarou.