Nessa série, o segmento de Veículos e Autopeças é, de longe, a categoria que mais se destaca. A redução no consumo em dezembro foi sentida em dez das doze categorias monitoradas pelo Índice. “Chama muito a atenção a queda registrada, particularmente, em Veículos e Autopeças (-21,99%) e Têxtil, Couro e Vestuário (-20,60%). O setor químico vem logo atrás, com -18,66% no mês, ante novembro”, frisa o executivo.

 
Fonte: Comerc

A recessão econômica vivida pelo País em 2016 refletiu-se claramente no consumo de energia, de acordo com o Índice Comerc Energia. Quando a série consolidada de janeiro a dezembro de 2016 é colocada ante a mesma série do ano anterior, 2016 apresenta um recuo de -1,85%. O resultado é relativamente melhor do que o apurado em 2015, quando a queda no consumo havia sido de -3,66% em relação a 2014.

“Nesse contexto de retração da demanda, é natural que haja no País redução de consumo principalmente na indústria”, comenta Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia. Ainda assim, em 2016, algumas categorias conseguiram apresentar um modesto crescimento em seu consumo, entre elas Papel e Celulose (+2,33%), Química (+1,47%) e Siderurgia e Metalurgia (+0,19%).

Quando o Índice Comerc Energia retrata especificamente a variação mensal, observa-se em dezembro de 2016 um recuo de -4,94% frente a novembro. A retração é, principalmente, sazonal, em função das férias coletivas de final de ano, comuns a vários setores da economia.

A redução no consumo em dezembro foi sentida em dez das doze categorias monitoradas pelo Índice. “Chama muito a atenção a queda registrada, particularmente, em Veículos e Autopeças (-21,99%) e Têxtil, Couro e Vestuário (-20,60%). O setor químico vem logo atrás, com -18,66% no mês, ante novembro”, frisa o executivo.

Uma categoria que apresentou um comportamento totalmente diverso do restante foi a de Comércio e Varejo, que aumentou o seu consumo de energia em 7,92%, quando comparado a novembro. “Isso não quer dizer, em absoluto, que o comércio esteja mais aquecido. Esse crescimento, em geral, diz respeito ao aumento do uso de ar-condicionado em shoppings e lojas nessa época do ano, quando as temperaturas sobem e há grande fluxo de pessoas em função das compras de Natal”, explica o executivo.

Perspectivas mais animadoras

Quando se observa o comportamento do consumo de energia em dezembro de 2016 versus o mesmo período de 2015, nota-se aumento de 2,32%. A alta parece ser parte de uma tendência verificada desde setembro de 2015, quando as reduções passaram a ser cada vez menos expressivas em relação aos mesmos meses do ano anterior. “Se essa curva se confirmar, veremos uma recuperação lenta, porém constante em 2017”, prevê o presidente da Comerc Energia.

Nessa série, o segmento de Veículos e Autopeças é, de longe, a categoria que mais se destaca, com um aumento no consumo da ordem de 32,84% em comparação com dezembro de 2015. O dado condiz com a evolução da produção total de veículos, divulgada pela Associação Nacional dos Fabricantes Veículos Automotores (ANFAVEA). Segundo a entidade, ao longo do ano, o setor evoluiu de uma produção de 148 mil unidades em janeiro, para mais de 200 mil unidades em dezembro.

O Índice Comerc Energia, publicado mensalmente, leva em conta o consumo das cerca de 1.300 unidades na sua carteira, pertencentes a mais de 700 grupos industriais e comerciais que compram a energia elétrica no mercado livre.