O número de trabalhadores que atuam na construção pesada do Estado de São Paulo diminuiu 9,57% nos últimos 12 meses encerrados em outubro. No total, 11,5 mil vagas foram fechadas no período. Apenas em outubro, foram 1.290 postos.

Hoje, o setor emprega 108.454 pessoas. O número é o mais baixo registrado desde abril de 2012, quando alcançou 107.142, de acordo com dados do Sinicesp (sindicato do setor).

A falta de pagamentos, que deveriam ser feitos pelo governo do Estado, e a diminuição no número de obras em estradas são apontados pela entidade como os principais responsáveis pelo recuo no mercado de trabalho.

Os atrasos nas remunerações chegam a R$ 100 milhões, segundo o Sinicesp. Parte desse valor deveria ter sido paga há 40 dias e outra parte há uma semana.

“O Estado também reduziu o cronograma das obras para poder fazer os pagamentos, já que a arrecadação diminuiu”, diz Carlos Alberto Laurito, do sindicato.

Do faturamento das 193 empresas associadas à entidade, 80% vêm de obras realizadas em rodovias.

O DER (Departamento de Estradas de Rodagem), órgão do Estado, informou que 69 obras rodoviárias estão em andamento, com investimento de R$ 3,3 bilhões, e que os pagamentos deverão se realizados nesta quarta (2).

Em novembro, o governo anunciou que o programa de concessão de estradas será ampliado em 30%.

Especialistas em saúde veem descontrole nos preços do setor

Se a inflação médica seguir perto de 14,9% ao ano, como nos últimos 12 meses, o sistema de saúde suplementar no Brasil será insustentável.

A análise é de Maureen Lewis, da Universidade Georgetown e diretora-executiva da ONG Aceso Global, dedicada a melhorar o sistema de atendimento. Ela participou da implementação do Obamacare, nos Estados Unidos.

Na quarta-feira (2), ela fará uma palestra em um evento da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), no Rio, sobre a organização do financiamento da saúde.

A recessão econômica e a inflação médica “afetaram a demanda por planos de saúde e isso é um perigo”, diz.

Os preços médicos sobem demais porque as operadoras reembolsam todos os procedimentos, o que incentiva os beneficiários a pedir exames desnecessários, afirma.

A solução é cobrar uma porcentagem dos gastos gerados pelos pacientes. Isso evitaria o uso excessivo da rede de saúde. “É um padrão que se vê em todo mundo.”

Outra medida é melhorar o atendimento básico oferecido pela rede de saúde suplementar, afirma outro palestrante, Robert Jannet, da universidade Harvard.

“O sistema brasileiro é orientado para intervenção de diagnóstico e cirúrgica. Quem usa o SUS tem atendimento primário melhor.”

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