Para a FGV, no entanto, melhora do indicador ainda não pode ser encarado como uma recuperação
O aumento na confiança do empresário industrial sinalizado pela prévia da Sondagem da Indústria de setembro ainda não pode ser encarado como uma recuperação.
A alta de 1,2 ponto no Índice de Confiança da Indústria em relação a agosto está mais para uma redução no nível de pessimismo do setor, avaliou a economista Tabi Thuler, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
O ICI passou de 86,1 pontos no resultado final de agosto para 87,3 pontos na prévia deste mês. O avanço é fruto da combinação de uma piora das avaliações sobre a situação atual e de uma melhora das expectativas em relação aos meses seguintes.
“Mas mesmo as expectativas não estão melhorando tanto quanto parecem. Não significa que há um otimismo, porque esses indicadores ainda estão em patamares muito baixos. Ainda é um movimento de diminuição do pessimismo, mesmo nas expectativas”, avaliou Tabi Thuler.
O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,5 ponto em setembro ante agosto, para 84,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 2,7 pontos, para 90,0 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria atingiu 75%, o maior registrado desde setembro do ano passado.
Se confirmado, o desempenho representará um aumento de 1,2 ponto porcentual em relação à sondagem de agosto, quando o Nuci estava em 73,8%.
“O Nuci está sinalizando uma redução da capacidade ociosa na indústria, o que pode estar associado a um aumento de produção, mas ainda com um nível de comparação muito baixo”, ponderou a economista do Ibre/FGV.
A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 780 empresas entre os dias 5 e 19 deste mês. O resultado final da pesquisa para setembro será divulgado no próximo dia 28.