Dados da Prefeitura foram divulgados pelo SPTV.
Cidade teve apenas um caso nos primeiros três meses de 2015.
A capital paulista já registrou 17 mortes por gripe A (vírus H1N1) em 2016 e pelo menos 201 pessoas infectadas. Os dados mostram o avanço da doença neste ano, já que nos primeiros três meses de 2015, a cidade teve apenas um caso da doença e nenhuma morte registrada.
Os números serão divulgados nesta sexta-feira (8) pela Prefeitura de São Paulo e foram antecipados pelo SPTV. O número de mortes já é mais que o dobro em relação ao balanço divulgado pela administração municipal em 28 de fevereiro, quando a cidade tinha 8 mortes causadas pelo H1N1.
“Não existe nenhum indício de que repetiremos o cenário de 2008, 2009, quando tivemos a pandemia de H1N1”, afirmou Padilha. Segundo o secretário, das 17 mortes, 14 tinham comorbidades identificadas, uma gestante e 3 casos estão sendo investigados se havia fatores de risco.
Padilha explicou que as vacinas contra a gripe não garantem uma proteção duradoura, o principal efeito que ela traz é redução de casos graves e óbitos no grupo de risco. “As evidências mais fortes de proteção estão nesse grupo. Justamente por essa razão, a estratégia de vacinação é voltada para um determinado público e não para toda a população”, afirmou.
“Esse público precisamos vacinar o mais rápido possível”. De acordo com o secretário, a proteção começa, em geral, de dez a 13 dias após a vacinação. Uma criança que nunca tomou a vacina deve receber a segunda dose 30 dias após a primeira.
A meta é vacinar 80% do público alvo até o final da campanha. Em 2015, a cobertura vacinal foi de 81,72%.
Segundo Padilha, as UBS estarão abertas aos sábados. Asilos e abrigos devem receber equipes de vacinação. A partir do dia 18 serão incluídas mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias e pessoas com doenças crônicas.
Medicamento
“Não é toda gripe que têm indicação de receber medicamento para tratar influenza”, defendeu o secretário. O uso indiscriminado pode gerar desenvolvimento de resistência à medicação, além de reações adversas.
Em três meses do ano, já foi consumido quase três vezes mais que o volume de medicamento usado durante todo o ano de 2015. Segundo o secretário, a Prefeitura identificou inúmeras prescrições erradas do uso do medicamento e passará a exigir que a receita tenha o CID da complicação que reforce o uso do medicamento. A receita terá validade de cinco dias após a emissão.
“Temos recebido receita de 15 dias atrás. O momento correto é iniciar a medicação 48 horas após os sintomas”, explicou Padilha. Todas as UBS têm o medicamento, segundo o secretário.
Com essa avalanche de casos, o álcool em gel, que andava meio esquecido, agora está super disputado. Está difícil encontrar o produto nas farmácias. Enquanto isso, o produto voltou a ser disponibilizado em comércios pela capital.
O infectologista Leonardo Weissmann afirma que o álcool em gel tem o mesmo efeito da água com sabão e explica que o jeito correto de higienizar as mãos é retirando itens como alianças, por exemplo.
Por causa do surto de gripe, o Tamiflu, principal remédio usado em casos graves de gripe, também está em falta. A Roche Farma Brasil, empresa que fabrica Tamiflu, diz que o aumento na demanda não estava previsto para a época do ano e, por isso, o estoque esgotou rapidamente.
Todas as UBS têm o medicamento, segundo o secretário.
Estado
No Estado de São Paulo foram 59 mortes por gripe neste ano e pelo menos 465 casos de síndrome respiratória aguda grave. Considerando apenas a gripe A, foram 372 pessoas com sintomas graves e 55 mortes.
O governo de São Paulo antecipou a campanha de vacinação contra a gripe e já começou a imunizar os profissionais da área da saúde. A partir do dia 11, o procedimento será ampliado para crianças, gestantes e idosos.