Última previsão do mercado estima alta nos preços acima desse patamar.
Ministro falou à GloboNews em Davos nesta quinta-feira.
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta quinta-feira (21) que o governo trabalha para que a inflação fique abaixo de 7% em 2016. A última estimativa dos economistas ultrapassa esse patamar, segundo o último levantamento feito pelo Banco Central.
“Nós estamos trabalhando para que ela [inflação] caia abaixo disso [os 7%]. Pra que ela fique por exemplo em 6,5% que é o teto atual do nosso sistema de metas”, disse em entrevista à Globo News em Davos, na Suíça.
Segundo Barbosa, o próprio mercado espera que a inflação vai cair mais de um ponto percentual nesse primeiro trimestre de 2016 quando comparado com o mesmo período do ano passado. “Nós já vamos começar a ver isso no início do ano, mas isso vai ficar cada vez mais claro e mais forte na segunda metade do ano”, afirmou.
Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Já para 2017, a meta central de inflação é de 4,5%, mas com margem de 1,5 ponto percentual. Na prática, isso significa que o piso será de 3% e que o teto será mais baixo: de 6% em 2017 sem que a meta seja formalmente descumprida.
Decisão do Copom
O ministro declarou, ainda, que a decisão do Copom em manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, contrariando as expectativas do mercado, não coloca em risco a autonomia do BC. “O BC tem autonomia pra decidir a taxa de juros no nível que eles acharem adequado para o controle da inflação”. Segundo ele, o controle de metos vai trazer a inflação para baixo esse ano.
Mais cedo, em painel no Fórum Econômico Mundial, Barbosa afirmou que a contração da economia vista em 2015 e a esperada para este ano são uma “fase de transição” para o Brasil. “Estamos em uma nova fase que sucedeu o boom das commodities. E o Brasil está se ajustando a esse cenário internacional”, disse.