“O curioso nesta história é que o BNDEs (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) repassa dinheiro aos bancos públicos e privados que utilizam esse dinheiro para empréstimos, claro aplicando uma taxa de juros bem alta”.

Como o BNDEs não tem rede de agências bancárias, a instituição pega esse dinheiro e repassa ao sistema financeiro. Só o Banco do Brasil recebeu R$ 53 bilhões, que foi diluído em empréstimos para 128,731 empresas que pediram dinheiro para saldar os seus compromissos. Essa quantia teve um percentual de juro aplicado.

Nosso dinheiro

O BNDEs, fundado em 1952, tem como meta emprestar dinheiro a clientes, como faz o mercado financeiro. No papel, a proposta é financiar empresas, empreendedores e entes públicos para apoiar o desenvolvimento do Brasil. Segundo dados de 2022, 72,8% dos recursos totais desse banco é dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e PIS/Pasep.

“Ou seja, o dinheiro do trabalhador, que depois chega aos cofres dos banqueiros, que usam esse dinheiro para emprestar a juros altos e aumentar o seu lucro, sem fazer nenhum investimento no Brasil”, disse.

Como o dinheiro recebido pelo BNDES sai do Tesouro Nacional, para ocorrer alguma mudança neste sistema, é necessário envio de Projeto de Lei proposto pelo Executivo, principalmente se tiver como ideia usar parte deste dinheiro para pagamento de juros da dívida externa do Brasil.
Como o BNDEs financia empresa brasileiras que realizam serviços no Exterior, ocorre o financiamento de exportações de bens e serviços realizados por essas empresas. Elas recebem os recursos desembolsados pelo BNDEs aqui no Brasil, em reais, depois de comprovarem a concretização de exportações.

Quem comprou esses bens ou serviços ofertados por essas empresas brasileiras, assume a dívida, realizando os pagamentos ao BNDEs. Entre 2008 e 2014, o Tesouro Nacional emprestou R$ 440,8 bilhões ao BNDES.

“E se esse dinheiro tivesse sido usado na amortização do pagamento de juros da dívida externa”, finalizou.