O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, pela quinta vez consecutiva decidiu manter, em reunião realizada entre 20 e 21 de março, a taxa Selic em absurdos 13,75%. Ou seja, preferiu continuar enchendo os cofres dos banqueiros, em vez de reduzir os juros e contribuir para geração de mais empregos, investir em diversas áreas em que o Brasil continua carente, como por exemplo na Segurança Pública, onde o trabalhador sai de casa e não tem certeza se retorna.

As desculpas

Antes, a desculpa era a guerra entre Ucrânia e Rússia, que na avaliação do Copom impactou o mercado mundial, com diversos países adotando medidas para diminuir o impacto sobre as suas economias. Meses se passaram, outro motivo era encontrado, como a eleição para presidente, em 2022, que semeou insegurança no empresariado quanto às decisões que seriam tomadas pelo presidente eleito.

A farra dos juros altos ajudou os bancos

Exemplo disto é o Banco do Brasil, que registrou lucro líquido nominal de R$ 8,627 bilhões no quarto trimestre de 2022. Em segundo lugar vem o Itaú, com R$ 7,879 bilhões no mesmo período e Bradesco com R$ 1.437 bilhões. Quanto maior a taxa Selic, mais dinheiro vai entrar nos cofres dos banqueiros.

Selic

Infelizmente continua prevalecendo o descaso em relação às micros e pequenas empresas, responsáveis por milhões de postos de trabalho no Brasil. Locais, onde os trabalhadores, em diversos setores, contribuem para o progresso deste País. No auge da pandemia, milhares de micro e pequenos empresários pediram dinheiro emprestado ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), quando a Selic estava a 2.25% ao ano, mais taxas de juros. Hoje, essa dívida é corrigida com a Selic a 13,75%.

O mais espantoso dessa reunião do Copom para discutir a taxa Selic, é que todos os economistas do Banco Central foram unânimes em manter os atuais 13.75%. Ninguém questionou. Não faltaram neste encontro as conversas fiadas de que o fechamento, recentemente, dos bancos regionais dos Estados Unidos e a crise de liquidez do banco suíço Credit Suisse, poderão impactar o cenário econômico brasileiro.  Nenhum economista do Banco Central sugeriu que a redução dos juros pode ajudar centenas de milhares de empresas a sair do buraco, impedindo-as que fechem as portas e aumente a estatística do desemprego.