Não é bom criar política de crédito especial para a indústria, para que ela amplie o quadro de desemprego
Durante visita do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, no início desta semana, à Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Est. de SP), os dirigentes sindicais da categoria Química expuseram e sugeriram inovações que o governo federal pode adotar em relação à retomada da reindustrialização do Brasil.
Segundo o presidente do SindiQuímicos Guarulhos e da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico), Antonio Silvan Oliveira, não é bom criar política de crédito especial para a indústria, para que ela amplie o quadro de desemprego. “O foco é tecnologia, desenvolvimento e empregabilidade, porém, emprego com qualidade, composto de ambiente saudável e remuneração adequada”, explicou.
O vice-presidente discorreu a respeito do REI (Regime Especial da Indústria Química). Que diferente de outras políticas de subsídios, apresenta contrapartida, beneficiando manutenção de emprego e das condições de trabalho. “As empresas ao se beneficiar deste programa, assumem responsabilidade de melhoria do ambiente de trabalho, proporcionando mais segurança e qualidade de vida no interior daquela empresa, com menos condições de exposição a doenças e acidentes”, descreveu.
Consumidor
Silvan enfatizou que não adianta criar política de linhas de crédito especial às indústrias, para servir de aumento do desemprego. “O foco é tecnologia, desenvolvimento e empregabilidade. Sugerimos que o modelo do REI seja utilizado no processo de reindustrialização do Brasil. Precisamos ter maior produtividade, mas acompanhada de melhor remuneração, empregabilidade e qualidade de vida., além de redução de jornada, sem diminuição do salário”, disse.
Ele explicou que qualquer avanço tecnológico apresenta melhora na produtividade, mas não é possível resultado positivo da indústria, com menos oportunidade de trabalho, pois sem pessoas empregadas e com remuneração digna, nunca existirá consumidor. “Sem emprego, não existe salário, e sem salário não há consumo”. Não adianta temos tecnologia de ponta sem consumidor. Esse é o desafio do governo, que cada vez mais precisa andar junto com os trabalhadores.
“Calculo que teremos um futuro promissor, construindo equilíbrio entre inovação, tecnologia e empregabilidade. Esse é o desafio. Não adianta temos carros elétricos sem compradores para esses veículos. A tecnologia é importante, a inovação é necessária, agora o emprego é essencial. O governo não pode dificultar a vida dos empreendedores e facilitar a dos importadores. É necessária e urgente uma política de adequação neste processo”, finalizou.