A Industriall Global Union, federação internacional dos trabalhadores na indústria, negocia acordos globais com duas multinacionais brasileiras, com o objetivo de alinhar os interesses dos trabalhadores dessas empresas em diversos países. A afirmação é de Valter Sanches, novo secretário-geral da entidade, que conta com 600 sindicatos dos setores de manufatura, mineração, energia e têxteis.
O sindicalista brasileiro foi eleito quarta-feira, durante congresso realizado no Rio e ficará no comando da federação pelos próximos quatro anos. Segundo ele, o Brasil país vive um momento atípico, com uma “crise profunda” e redução drástica dos empregos, o que também diminui a força dos sindicatos.
“A gente organiza os trabalhadores do mundo inteiro, e propicia que eles sem encontrem e tracem uma estratégica comum. É basicamente unir todos os sindicatos que atuam numa empresa multinacional para tentar buscar isso”, disse o metalúrgico da Mercedes-Benz. Sanches, que tem um assento no conselho de administração da Daimler AG na Alemanha como representante dos funcionários, não revelou o nome das empresas com quem a entidade negocia.
A Industriall possui 22 acordos globais com empresas e setores. Na semana passada, a varejista alemã Tchibo se comprometeu a cumprir as normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como respeito à organização sindical, não explorar trabalho escravo ou infantil, além do respeitar a diversidade de gênero, cor, raça e opção sexual.
Na mesma linha, em 2013, fechou acordo com o setor têxtil de Bangladesh, após o desabamento de fábrica que matou mais de mil pessoas.