Nesta semana, a farmacêutica União Química disponibilizou sua estrutura para desenvolvimento e produção piloto do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da Sputnik V (a vacina russa contra a COVID-19) aqui no Brasil, em acordo firmado com o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF).

 

A vacina foi desenvolvida pelo instituto Gamaleya, do governo russo. Na fórmula da Sputnik V são utilizados dois adenovírus humanos, o Ad26 e o Ad5, ambos conhecidos por causar o resfriado comum. No mês de novembro, Oksana Drapkina, diretora de um instituto de pesquisa do Ministério da Saúde, anunciou que a vacina é mais de 90% eficaz. Segundo Drapkina, esses dados foram obtidos por meio das vacinações referentes a um ensaio ainda em andamento.

“Somos responsáveis ​​por monitorar a eficácia da vacina Sputnik V entre os cidadãos que a receberam como parte do programa de vacinação em massa. Com base em nossas observações, sua eficácia também é superior a 90%. O aparecimento de outra vacina eficaz é uma boa notícia para todos”, disse a diretora, durante comunicado.

Com a produção centrada na Bthek, unidade de Biotecnologia da União Química no Distrito Federal, a parceria entre a companhia e o RDIF prevê acordo de transferência de tecnologia e fabricação da vacina para toda América Latina. 

A União Química iniciou a produção do IFA da vacina Sputnik V, em sua unidade Bthek, para fins de testes piloto, de acordo com as regras sanitárias e regulatórias brasileiras. “No seu devido tempo e com as devidas autorizações da Anvisa, iniciaremos a produção em escala industrial e comercial. A produção do IFA, em escala piloto, faz parte da rotina da indústria farmacêutica em todo o mundo”, explica Rogério Rosso, Diretor de Negócios Internacionais do Grupo União Química.

Além do Brasil, as doses do imunizante fabricadas por aqui também irão para alguns países da América Latina que já aprovaram o uso das vacinas, como a Argentina e a Bolívia. A Sputnik V, que vem sendo desenvolvida em Moscou, foi a primeira vacina contra a COVID-19 a ser registrada em todo o mundo, apresentando eficácia de 90%.

 

Fonte: Nathan Vieira | canaltech.com.br
(Imagem: McKinsey/Rawpixel)