De janeiro a maio de 2017, período em que o saldo de empregos formais no mercado de trabalho brasileiro apresentou resultados positivos, as vagas voltadas para trabalhadores que têm ensino fundamental completo ou incompleto encolheram.
No acumulado do ano, 1.332.670 pessoas foram admitidas e 1.435.153 desligados dos seus empregos, deixando o saldo negativo de 102.483 vagas.
Os dados, divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), confirmam uma maior vulnerabilidade no mercado de trabalho formal dos brasileiros que estudaram menos. Quanto menor a escolaridade, maior a chance de ficar desempregado, aponta o Caged.
Os números mostram que o inverso ocorreu nos primeiros meses do ano com os trabalhadores com ensino médio e ensino superior, mesmo incompleto. Aqueles que têm diploma universitário tiveram o melhor resultado. Até maio de 2017, acumularam 84,65 mil novas vagas. Este grupo é uma minoria no país. De acordo com o estudo Education at a Glance 2016, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), somente 14% dos brasileiros entre 24 e 64 anos haviam concluído o ensino superior até 2015.
Os trabalhadores com ensino médio completo ou incompleto, que correspondem a 52,64% dos adultos de 24 a 64 anos, fecharam o período com um saldo positivo de 43,1 mil vagas. No acumulado dos últimos 12 meses, todos os trabalhadores foram afetados com saldos negativos de emprego formal, mas os com escolaridade maior foram os menos prejudicados, com o encerramento de 54,36 mil postos. Entre os trabalhadores com ensino médio o saldo ficou negativo em 249,97 mil, e os que tinham ensino fundamental sofreram com o fechamento de 583,28 mil vagas, o maior número entre as três classificações.
Setores
Em maio, os resultados também revelam que os únicos setores que apresentaram saldo positivo de postos de emprego para os brasileiros sem escolaridade ou com ensino fundamental foi a agropecuária, que abriu 36 mil postos para esses trabalhadores, e nos serviços industriais de utilidade pública, com apenas 141 postos.
Entre os trabalhadores com ensino superior, diversos setores de atividade econômica tiveram um resultado melhor, como serviços, onde foram criados 6,4 mil empregos formais para esses trabalhadores. No comércio, foram abertas 1,4 mil vagas e na administração pública, 954.
Para trabalhadores com ensino médio, o setor que mais abriu vagas foi a agropecuária, com 9,9 mil postos, seguida por serviços, com 5,7 mil vagas, indústria da transformação, 3,1 mil, e construção civil, com 1,4 mil postos.