Algo está errado na economia quando banqueiros elogiam pacote fiscal baixado pelo governo. Não importa que seja de direita ou esquerda. Por que esses especuladores profissionais nunca criaram nenhum posto de trabalho. Pelo contrário, com o triste ofício de ganhar dinheiro com o dinheiro alheio, o banqueiro procura é sugar o maior volume de capital ao incentivar altas taxas de juros.

Esse absurdo elogio aconteceu no final de novembro, quando a todo-poderosa Febraban (Federação Brasileiro de Bancos) divulgou nota em que elogia as iniciativas do pacote fiscal anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foram mais longe, ao enfatizar a “criticidade do quadro fiscal” e acenar para um ajuste mais “forte” no futuro.

Infelizmente o governo Lula em vez de remar para perto do trabalhador, ele se esforça para ficar mais próximo dos especuladores profissionais. Categoria que nunca desejou o bem do Brasil, pelo contrário sempre se esforçou para retirar cada vez mais dinheiro dos cofres da nação.

Violência

É absurdo o ministro da Fazenda de um governo cujo presidente é do Partido dos Trabalhadores (PT) defender a limitação no reajuste do salário mínimo. Descontadas as proporções é parecida com a frase do político Paulo Salim Maluf que disse a horrível frase “estupra mas não mata”, a respeito da violência sexual contra as mulheres.

Outro absurdo é o governo, por meio desse horrível pacote fiscal, defender mudanças do abono salarial e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e acompanhamento do Bolsa Família. Será que o ministro Fernando Haddad considera milionário quem ganha R$ 1.412,00? E quem depende do BPC para espantar a fome de casa?

Os banqueiros destacam que as medidas do pacote fiscal do governo são importantes medidas na busca da contenção de gastos. Como assim? Retirar cidadãos da linha da miséria é algo que agride agiotas profissionais. Categoria que nunca ofereceu algo de bom ao Brasil. Apenas o desejo de juros mais altos, para entrar maior volume de dinheiro em seus cofres.

Emendas

É a primeira vez na história da política brasileira que banqueiros se unem em defesa de um ministro da Fazenda. Algo surrealista. É como se as raposas juntassem as suas forças para defender os ovos do galinheiro. Por outro lado, prossegue a farra com a liberação de bilhões para as emendas parlamentares. Como crianças rebeladas, o Congresso não gostou das medidas adotadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Neste balaio, o governo finalmente reconheceu de que é preciso isentar da mordida do Leão para quem ganha até R$ 5 mil. Mas como estamos no Brasil, caso não seja derrubada no Congresso Nacional só irá entrar em vigor em 2026. Os banqueiros disseram que o pacote fiscal visa interromper a expansão dos gastos. Porém, não escreveram nada contra a alta da taxa de juro, que beneficia apenas a especulação financeira.

Quando grandes bancos, que registram alto percentual de lucro todo ano, se unem para defender um ministro da Fazenda, o trabalhador precisa ficar alerta que vem chumbo grosso para as pessoas que derramam o suor para a nação progredir. Eles usaram uma figura de linguagem, ao dizer que não é interessante aos agiotas profissionais um ministro da Fazenda enfraquecido. Será que não estavam dizendo que não é interessante um ministro que defenda queda nas taxas de juros? Muita água vai passar por debaixo dessa ponte.

Banqueiro nunca perde. Mais da metade das receitas e tributos ficam nas instituições financeiras. Ou seja, os bancos continuam ganhando muito dinheiro, visto que qualquer tributo ou taxa é pago nos caixas do banco.

Se for via Internet, novamente tem o banco como canal. Não importa a situação, o banqueiro vai continuar ganhando bastante dinheiro principalmente com a alta da taxa de juro, que poderá chegar aos 14% em março.