Chuva fez com que represas aumentassem 1,4 ponto percentual.
Todos os sistemas registraram alta nesta sexta.
O nível de água do Sistema Cantareira subiu nesta sexta-feira (4) e está agora em 56% da sua capacidade, segundo dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Na quinta-feira (3), o sistema operava com 54,6%.
O mês de março começou com chuva no sistema, seguindo a tendência do que aconteceu em fevereiro. No mês passado, as represas receberam 236,4 mm, o equivalente a 16,7% acima do esperado para todo o mês. Em 30 de dezembro de 2015, o Sistema Cantareira deixou a dependência do volume morto após 19 meses.
Todos os sistemas que abastecem a Grande São Paulo registraram alta no nível dos seus mananciais nesta quinta. Veja como está o nível de todos os sistemas que abastecem a Grande São Paulo.
– Cantareira: 1.269 bilhões de litros (com o volume morto) e está com 56% da capacidade
– Alto Tietê: 573,8 bilhões de litros e está com 37,6% da capacidade
– Guarapiranga: 171,2 bilhões de litros e está com 86,7% da capacidade
– Alto Cotia: 16,5 bilhões de litros e está com 105,5% da capacidade
– Rio Grande: 112,2 bilhões de litros e está com 94,3% da capacidade
– Rio Claro: 13,7 bilhões de litros e está com 94,9% da capacidade
Índices
Após uma ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices do Cantareira. O segundo está em 43,3% e considera o volume armazenado na capacidade total, incluída a área do volume morto. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume morto na área total dos reservatórios e também se manteve em 26,7% nesta manhã.
O Cantareira chegou a atender 9 milhões de pessoas só na Região Metropolitana de São Paulo, mas atualmente abastece 5,4 milhões por causa da crise hídrica que atingiu o estado em 2014. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes, para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem.
Volume Morto
A reserva técnica começou a ser bombeada em maio de 2014. Na época, ainda havia água no volume útil. Em julho, porém, o sistema passou a operar somente com o volume morto. Especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, alertam que o Cantareira ainda segue em crise porque não se recuperou totalmente. A Sabesp também informou que não descarta voltar a usar a reserva técnica no próximo período seco, com a chegada do inverno.
O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril.
A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial.
Leia abaixo mais questões sobre o volume morto e a crise hídrica em São Paulo.
O QUE É O VOLUME MORTO
O volume morto é uma reserva com 480 bilhões de litros de água situado abaixo das comportas das represas do Cantareira. Até então, essa água nunca tinha sido usada para atender a população. Em maio de 2014, bombas flutuantes começaram a retirar essa água. A decisão de fazer essa captação foi tomada por causa da crise hídrica que atingiu o estado de São Paulo no ano passado.
O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Região Metropolitana de São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp começou a fazer obras para conseguir bombear a água do volume morto.
CRONOLOGIA DO VOLUME MORTO
– 15/05/2014: bombas flutuantes para retirada da primeira reserva técnica são inauguradas.
– 16/05/2014: 182,5 bilhões de litros de água são disponibilizados para abastecimento da Grande São Paulo. Mesmo assim, a sequência de quedas no nível das represas continua.
– 11/07/2014: volume útil do Cantareira acaba e o abastecimento de parte da Região Metropolitana de São Paulo atendida pelo Cantareira é feito somente com a primeira cota.
– 24/10/2014: Sabesp consegue autorização para usar uma segunda cota do volume morto, com 105 bilhões de litros.
– 24/02/2015: segunda cota do volume morto é recuperada, mas a Sabesp ainda depende da primeira cota do volume morto para garantir o abastecimento de 5,4 milhões de pessoas atendidos pelo Cantareira na Grande São Paulo.
– 30/12/2015: sistema consegue recuperar as duas cotas do volume morto e volta a operar apenas com o volume útil.
SAÍDA ANTES DO ESPERADO
O término do uso do volume morto ocorre antes do esperado pela Sabesp. A companhia de