Em reunião realizada nesta segunda, dia 17 de outubro,  com os dirigentes do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região – Sindiquímicos, os trabalhadores demitidos pela CRW reafirmaram sua decepção com o posicionamento da empresa, seguem mobilizados e iniciarão  manifestações de repúdio na empresa na manhã da próxima quarta, dia 19 de outubro. 

A direção do Sindicato notificou a empresa na última quinta-feira, dia 13 de outubro e até o momento não recebeu a indicação de pagamento das verbas rescisórias, fato que tem deixado trabalhadores e entidade sindical preocupados,   considerando a gravidade da situação dos 76  trabalhadores demitidos, sendo que a maioria ainda não recebeu sequer o salário de setembro e  que estão com ameaça no corte do fornecimento de luz, água, falta de dinheiro para manutenção financeira da casa e problemas no cumprimento de pensão alimentícia, entre outros compromissos financeiros que devem acumular.

Sindicato e trabalhadores também estão preocupados com a falta de perspectiva ao acesso ao seguro-desemprego, pois há indicativos de que  a empresa faz apontamentos em holerite, mas não recolhe o FGTS há dois anos, além de não repassar o INSS e a contribuição sindical.

Também há a informação de que muitos dos trabalhadores estão com as férias em atraso.

Para os trabalhadores, a produção e faturamento da empresa no mês de setembro não condizem com a alegação de falta de dinheiro para cumprir as suas obrigações trabalhistas, e por este motivo, além dos encaminhamentos via Justiça do Trabalho, eles seguem firmes em se manifestarem contra a empresa e exigirem o cumprimento de seus direitos.

Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindiquímicos e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ lamenta mais uma vez o posicionamento da empresa que insiste em desrespeitar os seus trabalhadores. “Triste ver a CRW passar por este momento, mas é preciso lembrar que diante das dificuldades que o mercado impõe, lembramos que alternativas devem ser construídas em conjunto – trabalhadores e empresas. Rechaçamos qualquer tipo de ameaça aos trabalhadores, pois uma empresa que tem o slogan Paixão pelo que Faz, precisa, urgentemente, mudar no trato como conduz os seus negócios e, especialmente, respeitar os seus trabalhadores. A situação da empresa é vergonhosa”.

 

Desmandos na empresa são recorrentes

 

Diante da demissão de mais de 100 trabalhadores em 2014, o Sindicato ingressou com ação civil pública na 10ª Vara do Trabalho de Guarulhos/SP contra a CRW em 15 de agosto. Na justificativa do pedido feito pelo Departamento Jurídico do Sindiquímicos constavam alguns desmandos como a conduta da empresa em dispensar os trabalhadores sem o pagamento das verbas rescisórias, obrigando-os a procurar a Justiça do Trabalho, dispensar por “justa causa” trabalhadores portadores de estabilidades, agressões verbais por parte do sócio-proprietário da empresa, Carlos Roberto de Campos, atraso nos pagamentos de salários, suspensão de convênio médico, e cesta básica.

Enfim, a sucessão de arbitrariedades gerou no dia 1º de agosto, uma mobilização dos trabalhadores que, insatisfeitos, paralisaram as atividades laborais.

À época, a mobilização dos trabalhadores em situação financeira crítica, pedia  o cumprimento do acordo e o pagamento das verbas rescisórias, assim como que a empresa não efetuasse mais demissões sem o cumprimento de suas obrigações trabalhistas e também que não iniciasse  o processo de contratação de novos trabalhadores,  que é uma constante na empresa, até  que todos os pagamentos fossem efetuados.

Durante o processo, foram realizadas inúmeras mediações junto ao Ministério Público do Trabalho que acatou a solicitação do Sindiquímicos, evitando assim mais demissões e contratações no período.

A empresa foi condenada a pagar uma indenização de R$ 35 mil reais, valor revertido a GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer