As renúncias previdenciárias representaram quase 30% do rombo recorde de R$ 149,7 bilhões nas contas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 2016. Os dados foram divulgados  pelo secretário de Previdência, Marcelo Caetano.

O Regime Geral de Previdência Social deixou de arrecadar R$ 43,4 bilhões com as renúncias previdenciárias no ano passado. Sem elas, o deficit do INSS teria sido de R$ 106,3 bilhões.

O maior impacto, de R$ 23,2 bilhões, vem do Simples Nacional, no qual as micro e pequenas empresas recolhem em documento único vários tributos, entre eles contribuição patronal previdenciária. Os percentuais dependem do tipo de atividade e da receita bruta.

A segunda maior renúncia, de R$ 11 bilhões, é das entidades filantrópicas, que são as instituições sem fins lucrativos que prestam serviços gratuitos de assistência social, saúde ou educação e estão isentas da contribuição, como escolas e universidades religiosas.

Também há renúncia para o MEI (Microempreendedor Individual), de R$ 1,4 bilhão, que tem alíquota de contribuição de 5%, e para a exportação da produção rural, de R$ 7,2 bilhões. Atualmente, não incide contribuição previdenciária sobre receitas decorrentes de exportação do agronegócio.

Na proposta de reforma da Previdência, o governo acaba com essa vantagem para a exportação. Os outros pontos não são mencionados no texto enviado ao Congresso Nacional, mas deputados já se articulam para acabar com a isenção para as entidades filantrópicas.