O brasileiro sabe a importância de consumir de forma consciente, mas quando se analisa o cotidiano do consumidor, mas não tem todas as atitudes necessárias à prática do consumo consciente, revelou hoje (1º) a economista-chefe do Serviços de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti, ao comentar pesquisa em parceria com o portal de educação financeira Meu Bolso Feliz.
Segundo ela, só 21,8% dos brasileiros podem ser considerados consumidores plenamente conscientes. Dos entrevistados, 46,8% disseram evitar desperdício e compras desnecessárias, 33% refletem sobre as consequências de uma compra antes de concretizá-la e 9,7% manifestaram atitudes que têm como foco economizar dinheiro.
A pesquisa mostra que o consumidor se ajusta ao consumo consciente quando vê o foco na questão financeira, quando dói no bolso, quando a conta está mais cara. Ele acaba se ajustando não pelo bem comum, mas porque ele quer economizar dinheiro, analisou Marcela.
Ela adverte, no entanto, que não deveríamos nos ajustar somente quando a situação já está crítica. “O ideal é se ajustar antes, para que a situação não fique extrema, como vimos no apagão duplo no início deste ano”, salientou.
Quando se trata de economizar água e luz elétrica, as motivações mais citadas são não desperdiçar um bem que é infinito (32,7%), ter a conta mais barata (21,5%), dar exemplo de redução de desperdícios de consumo e influenciar atitudes (17,1%) e sensação de fazer o certo (12%). Os fatores impeditivos são: falta de tempo (26,5%), distração e esquecimento (25,4%), não saber bem o que é preciso fazer (17%) e não acreditar que a atitude possa fazer diferença (16,2%).
De acordo com a pesquisa, 74% dos entrevistados fazem as atividades consideradas adequadas para o uso racional da água. O principal hábito para 90,4% deles é o de fechar a torneira enquanto escova os dentes, enquanto 88,3% dizem não lavar a casa ou calçada com mangueira. Com relação à economia de energia elétrica, 76% dos entrevistados têm ações conscientes. O hábito mais comum é o de apagar as luzes de ambientes vazios (97,1%).
O levantamento também apontou que os consumidores mais jovens são os menos conscientes. O percentual de atitudes corretas, que é de 69,3% para a população em geral, passa para 74,2% entre as pessoas com mais de 56 anos, e cai para 64,5% entre os consumidores de 18 a 29 anos.