Em 28 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional de Combate a Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – LER/DORT. A data instituída desde 2000 chama atenção para este adoecimento que atinge milhões de brasileiros.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde – PNS, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e divulgada em 2013, mais de 3,5 milhões de pessoas com mais de 18 anos declararam ter recebido diagnóstico médico de LER/DORT. Esse número corresponde a 2,29% da população estimada pela pesquisa.

Há décadas, dentre as doenças ocupacionais, são as mais frequentes nas estatísticas da Previdência Social.

Para a médica e pesquisadora Maria Maeno, da Fundacentro de São Paulo, o número apontado pela PNS parece chegar mais próximo à realidade do que se conhece por estudos sobre diferentes categorias profissionais, pela experiência dos sindicatos e pela demanda atendida em serviços de saúde. A doença é vista como uma das doenças ocupacionais que ainda geram incapacidade prolongada.

De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, as LER/DORT “são, por definição, um fenômeno relacionado ao trabalho. São danos decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema musculoesquelético, e da falta de tempo para recuperação. Caracterizam-se pela ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores, tais como dor, parestesia (queimação, dormência, coceira), sensação de peso e fadiga. Abrangem quadros clínicos do sistema musculoesquelético adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições de trabalho”.

 

Dor e a incapacidade para o trabalho

 

A cronicidade da dor e da incapacidade para o trabalho são características de muitos casos de LER/DORT, o que leva à estigmatização e discriminação dos trabalhadores adoecidos.

“Esta doença é gerada por fatores como automação dos processos de trabalho,  ritmo das tarefas que exigem maior empenho e esforço, com quadro de funcionários cada vez mais reduzido, mas pede também que as empresas respeitem a vida  e a saúde de seus trabalhadores com programas de prevenção à saúde e qualidade de vida”, diz Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindiquímicos Guarulhos e CNTQ.

“Não podemos admitir que mais trabalhadores adoeçam pela falta de cuidado e de política de prevenção nos ambientes de trabalho. O trabalho de conscientização precisa ser destacado e tais práticas,  muito comum as empresas que só pensam no ganho financeiro,   precisam ser veementemente combatidas”, reitera Nelson Agostinho de Oliveira, diretor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do  Sindiquímicos Guarulhos.

Fonte: Troad Comunicação com informações da Fundacentro