Indicador que mede a intenção de compra das famílias recuou 1,8% em outubro em relação a setembro e 35,5% ante outubro de 2014
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), indicador apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 1,8% em outubro na comparação com setembro, registrando 78,4 pontos. É o menor valor da série histórica iniciada em 2010. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a retração foi de 35,5%. É o nono mês consecutivo da queda do índice, que está há seis meses na zona negativa – abaixo de 100 pontos – o que indica uma percepção de insatisfação com a situação atual.
“A queda do ICF em outubro decorre da continuidade da deterioração dos fatores determinantes da piora das expectativas ao longo dos últimos 12 meses: aceleração da inflação, enfraquecimento da atividade econômica, com reflexo crescente no mercado de trabalho, e aumento da incerteza política”, diz a CNC em nota. A entidade lembra o resultado recente da Pesquisa Mensal de Comércio divulgada pelo IBGE apontando que a queda das vendas no mês de agosto na comparação com julho foi de 0,9% – a maior para o mês desde o ano 2000.
O quesito que mede a intenção de compra de bens duráveis é o que registra o menor nível da ICF, em 51,3 pontos. O sub item apresentou retrações de 2,2% na comparação mensal e 51% ante o mesmo período do ano passado. A maior parte das famílias (70,7%) considera o momento atual desfavorável para aquisição de duráveis.
Em seguida vem o componente que mede o nível de consumo atual, em 57,7 pontos, registrando recuos de 3,7% em relação a setembro e 43,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com a CNC, a queda progressiva nas vagas está aumentando a insegurança das famílias em relação ao emprego. A satisfação com o emprego atual, apesar de ser o único componente da ICF a se manter acima da zona de indiferença, com 106,0 pontos, registrou quedas de 0,8% em relação ao mês anterior e 20,3% na comparação anual. O indicador de desemprego mensal nas seis maiores regiões metropolitanas do País atingiu 7,6% em agosto. O índice era de 4,3% em dezembro de 2014.
A falta de perspectivas de reversão do cenário condicionante do consumo no curto prazo levou a CNC a revisar de -2,9% para -3,6% sua expectativa para o varejo restrito em 2015. No conceito ampliado, a projeção da CNC passou de queda de 6,5% para queda de 6,8% ao final do ano.