O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liberou empréstimo de R$ 2,5 bilhões a laboratório privado.
Veja os valores: Aché R$ 389,7 milhões; Althaia R$ 211,4 milhões; EMS R$ 500 milhões; Eurofarma R$ 500 milhões; Hypera R$ 500 milhões, Biolab R$ 240 milhões e Libbs R$ 200 milhões.
Esse dinheiro é para investimento em equipamentos, ampliação de plantas, capacitação profissional para produção de medicamentos no Brasil, que antes eram importados.
Detalhe: 95% dos insumos usados pela indústria farmacêutica brasileira vem do Exterior.
Nesta leitura, os laboratórios nacionais vão precisar aumentar o número de trabalhadores para manter em dia a linha de produção com capacidade para atender à demanda, pois parte desse medicamento será destinado à população que recorre ao SUS (Sistema único de Saúde).
Só o grupo Farmacêutica Brasil, que reúne 12 empresas brasileiras de capital nacional, vai investir R$ 20 bilhões até 2027, R$ 13 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, os outros R$ 7 bilhões em instalações, equipamentos, máquinas e fábricas.
Nos cofres dos patrões estão grande quantidade de dinheiro que precisa ser revertida em bons salários.
Afinal de contas sem mão de obra do trabalhador não será possível produzir grande quantidade de medicamentos que antes era importada.
Ninguém duvida mais do potencial financeiro da indústria farmacêutica brasileira. Segundo dados do Dieese, no período 2015/2024 o reajuste médio de preços de medicamentos nível I, no acumulado, atingiu 93,01%.
Esse percentual teve aval da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento).
De acordo com o Dieese, a média de reajuste de preços de medicamentos no período 2015/2024 chegou a 80,75% enquanto o IPCA IBGE acumulado neste período foi de 77,54%.
Não basta só investir, é preciso que esse setor, que movimenta milhões na produção de medicamentos, não se esqueça dos seus trabalhadores. Desse bolo, os trabalhadores querem uma boa fatia, não apenas migalhas no formato de baixos salários.
