Proposta estabelece idade mínima de 65 anos para aposentadoria.
Parte da base aliada defendia encaminhamento do texto só após eleições.

 

Apesar da resistência de parte da base aliada no Congresso Nacional, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, responsável pela articulação política do governo com parlamentares, disse nesta terça-feira (6) que o Palácio do Planalto irá enviar a proposta de Reforma da Previdência ao Legislativo ainda neste mês. A informação havia sido antecipada pelo colunista Gerson Camarotti.

O texto prevê o estabelecimento de idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, tanto para homens como para mulheres.

“O governo tomou a decisão de encaminhar ao Congresso ainda em setembro. Vamos fechar o texto, as justificativas para que ele [Temer] possa bater o martelo”, afirmou Geddel em entrevista coletiva no Planalto.

Ele acrescentou ainda que os principais pontos já estão acertados. “Basicamente, não tem discordância”, disse. Havia uma pressão para que o projeto fosse enviado somente após as eleições municipais para evitar que os parlamentares debatessem um tema tão polêmico durante a campanha eleitoral. No entanto, segundo Geddel, Temer avaliou que o “custo-benefício” compensaria.

“[Fazer a Reforma da Previdência] É absolutamente irreversível. O governo já tomou essa decisão”, declarou.

Para articular a base, o chefe da Secretaria de Governo ressaltou que Temer já começou a procurar alguns caciques, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do partido. Ele também conversou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RO), sobre a sua intenção de enviar o projeto neste mês. Segundo Geddel, outras pessoas ainda serão procuradas. “Vamos amarrar o melhor momento para enviar”, disse Geddel.

Sobre a tramitação no Congresso, o ministro frisou que “todo o peso do governo” será usado para garantir e agilizar a sua tramitação. “Vamos jogar todo o peso do governo para que a tramitação seja breve”, disse.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, também reconheceu que parte da base parlamentar tem uma posição diferente da do governo, mas que o Planalto resolver isso dialogando com o Legislativo. “Nós temos na base várias posições diferentes e o segredo agora do presidente Michel é encontrar um consenso mínimo”, disse.