Morrem, por dia, 1.525 brasileiros vítimas do coronavírus. A covid-19 segue um movimento de escalada no Brasil desde novembro. Entretanto, pouco se fez para conter o vírus
Nas últimas 24 horas morreram 987 brasileiros, de acordo com as secretarias estaduais. Embora elevado, o balanço às segundas-feiras tende a ser inferior à realidade, já que existe um número reduzido de profissionais ativos aos domingos da área Saúde, incluindo laboratorial. Desde o início do surto, morreram 266.398 brasileiros, sem contar a subnotificação, já que o Brasil testa pouco seus cidadãos.
Dias difíceis
A covid-19 segue um movimento de escalada no Brasil desde novembro. Entretanto, pouco se fez para conter o vírus naquele momento. Agora, o país vê o sistema de Saúde nacional à beira do colapso. Alguns estados já entraram em situação de falta de leitos e estrutura para o atendimento dos doentes. Entre eles, o Rio Grande do Sul, Santa Catarina Paraná, Acre, Roraima e Amazonas. Em São Paulo, com 80% dos leitos ocupados, o governo também teme o pior.
O Brasil é o segundo país com mais mortos pelo vírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Entretanto, os norte-americanos, assim como a média global, vêm reduzindo a mortalidade e os novos casos desde o início do ano. Na contramão, o Brasil se tornou, no fim de fevereiro, o epicentro da pandemia.
Contribuíram para o cenário as aglomerações de fim de ano, o Carnaval e a falta de ações preventivas, como o isolamento social. O agravamento na pandemia em março era esperado e denunciado pelos cientistas. Também assumiu um papel fundamental de “sócio do vírus” o presidente Jair Bolsonaro. O político desde o início da pandemia incentiva aglomerações, impede o acesso às vacinas, divulga mentiras sobre os fármacos e sobre máscaras.
Como resultado a vacinação não caminha na velocidade necessária para a superação da crise no Brasil. Ao contrário, o país passa a ser um risco ao mundo; um pequeno grupo de vacinados em contato com uma disseminação ampla do vírus pode resultar em mutações da covid-19 resistentes aos medicamentos. É o que teme a Organização Mundial da Saúde. Até o momento o país administrou 10,8 milhões de doses, ou 1,26% da população imunizada e 3,83% tendo tomado a primeira dose.
Redação RBA