Era ilusão pensar “que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”, disse nesta sexta-feira (25) o papa Francisco, em uma impressionante cena: a Praça São Pedro completamente vazia. No momento de sofrimento e medo, em que “o mundo cai de joelhos pela pandemia”, diz o Vaticano, o chefe da Igreja Católica propõe “fé e esperança”.

Solidariedade

“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade”, prossegue o papa. Segundo ele, “o Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança”.

Ele também destacou as pessoas que, neste momento, estão arriscando suas vidas. “Médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.”

No final, Francisco concedeu a bênção Urbi et Orbi (“À cidade [de Roma] e ao mundo”), que só é dada em duas ocasiões, na Páscoa e no Natal. Fora isso, apenas quando é eleito um novo papa. Desta vez, a bênção foi concedida em caráter extraordinário.