Cantareira operou com 65,8% da sua capacidade no domingo (24).
Mês de abril é considerado o início do tempo seco.

Sem chuvas e com o tempo seco e quente, o nível da água das represas que abastecem a região metropolitana de São Paulo registrou queda neste domingo (24).

O Sistema Cantareira opera com 65,8% da sua capacidade, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A queda foi de 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. No sábado (23), o manancial operava com 65,9%.

As represas que abastecem o Cantareira registraram 0,9 mm de chuva em abril, considerado o início do período seco no estado de São Paulo. O esperado para o mês são 88,7 mm.

Em março, as represas receberam 179,6 mm, o equivalente a 0,89% acima do esperado para todo o mês, que era 178 mm. Em 30 de dezembro de 2015, o Sistema Cantareira deixou a dependência do volume morto após 19 meses.

Além do Cantareira, os demais sistemas do Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro também tiveram queda em seus reservatórios.

Confira os índices atualizados:
– Cantareira: 65,8% da capacidade
– Alto Tietê: 40,8% da capacidade
– Guarapiranga: 80,5% da capacidade
– Alto Cotia: 98,4% da capacidade
– Rio Grande: 87,6% da capacidade
– Rio Claro: 99,7% da capacidade

Índices
Após uma ação do Ministério Público, aceita pela Justiça, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices do Cantareira. Neste domingo (24), o segundo índice estava em 50,9% e considera o volume armazenado na capacidade total, incluída a área do volume morto. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume morto na área total dos reservatórios e estava em 36,6% nesta manhã.

O Cantareira chegou a atender 9 milhões de pessoas só na Região Metropolitana de São Paulo, mas atualmente abastece 7,4 milhões após a crise hídrica que atingiu o estado em 2014 e 2015. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes, para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem.

Volume Morto
A reserva técnica começou a ser bombeada em maio de 2014. Na época, ainda havia água no volume útil. Em julho, porém, o sistema passou a operar somente com o volume morto. Especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, alertam que o Cantareira ainda segue em crise porque não se recuperou totalmente. A Sabesp também informou que não descarta voltar a usar a reserva técnica no próximo período seco, com a chegada do inverno.

O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril.

A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial.

O QUE É O VOLUME MORTO
O volume morto é uma reserva com 480 bilhões de litros de água situado abaixo das comportas das represas do Cantareira. Até então, essa água nunca tinha sido usada para atender a população. Em maio de 2014, bombas flutuantes começaram a retirar essa água. A decisão de fazer essa captação foi tomada por causa da crise hídrica que atingiu o estado de São Paulo no ano passado.

O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Região Metropolitana de São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp começou a fazer obras para conseguir bombear a água do volume morto.