Quase um terço dos homens brasileiros não tem o hábito de frequentar serviços de saúde para acompanhar seu estado de saúde e buscar auxílio na prevenção de doenças e na qualidade de vida. Pesquisa divulgada ontem (11) pelo Ministério da Saúde mostra que as barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde e que, em muitos casos, os homens pensam que não ficam doentes ou têm medo de descobrir alguma alteração no organismo.
O levantamento foi feito por telefone em 2015 com mais de 6 mil homens cujas parceiras fizeram parto no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo mostrou que, apesar de o pré-natal da parceira ser o momento em que o homem está mais próximo dos serviços de saúde, as consultas e os exames ainda são pouco aproveitado pelos profissionais. A maioria dos homens (80%) disse que acompanha a parceira nas consultas, mas 56% afirmaram que o atendimento teve foco apenas nas orientações à gestante.
A partir dos resultados do estudo, o ministério lançou nesta quinta-feira o Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais de Saúde e o Guia da Saúde do Homem para Agente Comunitário de Saúde. A primeira proposta consiste em aproveitar o momento em que o homem está mais próximo do sistema de saúde, acompanhando a parceira no pré-natal, para que ele adote hábitos saudáveis e faça exames preventivos. O segundo tenta sensibilizar agentes para levar os homens às unidades básicas de saúde e trabalhar a prevenção.