Entre as apreensões dos policiais federais estão computadores e celulares.
Um dos mandados de busca foi cumprido na casa do ex-presidente Lula.
A Polícia Federal (PF) começa a analisar nesta segunda-feira (7) os documentos e materiais apreendidos na 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na sexta-feira (4). A ação teve como alvo principal o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele prestou depoimento aos delegados por cerca de três horas durante o cumprimento de um mandado de condução coercitiva.
Entre os materiais apreendidos estão computadores, celulares e outras mídias. Parte deles foi encontrada no Instituto Lula, em São Paulo, no triplex em Guarujá, no sítio em Atibaia e no próprio apartamento de Lula, em São Bernardo do Campo. Os materiais passarão por perícia na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde a Lava Jato é coordenada.
A atual fase foi batizada de Aletheia e cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva. O ex-presidente considerou arbitrária a medida e disse que “se sentiu prisioneiro”. As medidas foram autorizadas pelo juiz Sérgio Moro, que também emitiu nota sobre o assunto neste sábado (5) afirmando que elas “não significam antecipação de culpa”.
O objetivo da investigação é levantar provas de que o ex-presidente possa ter sido beneficiado diretamente com os esquemas de desvios de recursos da Petrobras, descoberto pela Lava Jato.
Ainda no sábado, os procuradores afirmaram que houve uma “falsa controvérsia sobre a natureza e circunstâncias da condução coercitiva” de Lula, e que a discussão é apenas “cortina de fumaça sobre os fatos investigados”.
Além de Lula, também foram alvos das buscas e apreensões três filhos do ex-presidente e pessoas próximas a ele, como o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e a assistente Clara Ant. Houve mandados ainda contra sócios dos filhos de Lula e membros das construtoras Odebrecht, OAS e UTC.
Lula disse que só sairia algemado
O delegado da PF Luciano Flores, que conduziu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento a investigadores da Lava Jato informou ao juiz Sérgio Moro no domingo (6) que Lula disse que só sairia do apartamento algemado.
Ele só aceitou acompanhar os policiais, segundo o delegado, após ser aconselhado pelo advogado. Desta forma, conforme a PF, houve o cumprimento do mandado de condução coercitiva expedido pela Justiça Federal no Paraná.