De dezembro a fevereiro, número de desocupados subiu 40% sobre 2015.
Rendimento médio caiu em relação ao mesmo período do ano passado.
O índice ficou bem acima do registrado no mesmo período de 2015, quando chegou a 7,4%.
A população desocupada somou 10,4 milhões de pessoas e também atingiu o maior patamar desde o início da Pnad. Esse indicador mostrou forte alta, principalmente na comparação com o mesmo período de 2015, quando o contingente subiu 40%. Diante do trimestre de setembro a novembro, o avanço foi menor, de 13,8%.
“Esse número [10,371 milhões de pessoas desocupadas] é um número recorde, é a maior estimativa já vista na Pnad até hoje. A força de trabalho do Brasil está maior. E está maior porque cresceu o número de desocupados e não porque aumentou o número de ocupados”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.
“Significa dizer que no final o ano passado para o início do ano, meio milhão de pessoas deixaram de ter carteira de trabalho. Isso não é nada favorável. Porque perder carteira de trabalho é perder garantia do emprego, contribuição da Previdência, não está recolhendo para fundo de garantia, ou seja, uma série de benefícios quando o emprego com carteira que ele deixa de existir. E você vê que o emprego sem carteira também caiu. Então, de certa forma o emprego no país caiu como um todo.”
As maiores quedas partiram da indústria geral (-5,9%) e do setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-2,5%).
A colunista Thais Herédia comenta o resultado da Pnad Contínua; veja o vídeo abaixo.
Salários
O rendimento médio de quem estava trabalhando no período foi de R$ 1.934. Sobre o trimestre de setembro a novembro, o valor não variou, mas em relação ao trimestre de dezembro a fevereiro do ano passado, o rendimento caiu 3,9%.
Na comparação com o trimestre de setembro a novembro de 2015, só o rendimento médio do grupo de serviços domésticos teve aumento, de 1,8%. “Esse aumento do rendimento do trabalhador doméstico pode ser em consequência do aumento do salário mínimo”, disse Azeredo.
Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o rendimento médio caiu em grupamentos transporte, armazenagem e correio (-6,3%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-5,7%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (7,4%).
Conta própria
O número de empregadores também diminuiu. Frente ao trimestre de setembro a novembro, a queda foi de 5,8% e, em relação ao mesmo trimestre de 2015, de 5,4%.
Em tempos de desemprego, a quantidade de trabalhadores por conta própria cresceu 3% na comparação com o período de setembro a novembro de 2015 e 7% diante do mesmo período de 2015.