Segundo a CNI, atividade fraca também fez a indústria usar menos a sua capacidade; emprego industrial caiu 1% no período
O faturamento real da indústria em abril caiu 6,4% e 10,3% em relação a março de 2015 e abril de 2014, respectivamente. Segundo informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos quatro primeiros meses do ano, o faturamento real registrou queda de 6,7% ante o mesmo período do ano passado.
“A queda de todos os indicadores reforça a tendência de contração da atividade industrial”, trouxe o documento Indicadores Industriais distribuído à imprensa. Todos os indicadores apresentaram queda no primeiro trimestre.
O setor de impressão e reprodução foi o que apresentou a maior queda de faturamento real na indústria de transformação em março ante o mesmo mês do ano passado, conforme informou a CNI. De acordo com a entidade, houve recuo de 35,7% no período, o que tornou a situação acumulada do quadrimestre de 2015 negativa em -34,6%.
Também tiveram desempenhos negativos significativos os setores de vestuário (-31,1% em abril e -26,9% nos quatro primeiros meses), veículos automotores (-31,1% e -20,4%), máquinas e equipamentos (-29,1% e -20,8%) e no grupo que compõe produtos diversos (-28,9% e -34,6%).
Apenas quatro setores apresentaram resultados mais positivos no mês de abril. Foram eles: madeira (28,5% e 11,7%), químicos (18% e 18,7%), outros equipamentos de transporte (10,5% e -0,7%) e celulose e papel (4,4% e 7,2%).
Com a desaceleração da economia, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria recuou de 80,8% em março para 80,6% em abril. Este dado é dessazonalizado. Já a UCI sem ajuste passou de 80,5% para 80,6% no mesmo período de comparação. De acordo com a entidade, a queda sugere uma forte ociosidade do parque fabril. Isso fica evidente, conforme a CNI, quando se observa a variação do indicador comparando os resultados de abril de 2015 com o mesmo período do ano passado (queda de 0,4 ponto porcentual).
Emprego. O nível de emprego na indústria de transformação recuou 1% em abril na comparação com março (dado dessazonalizado) e 4,8% ante igual mês do ano passado. No quadrimestre, a baixa foi de 4,1% ante os quatro primeiros meses de 2014.
Já o número de horas trabalhadas caiu 0,7% em abril sobre março e recuou 9,6% na comparação com o mesmo mês de 2014. No quadrimestre, a queda é de 9,1%. O rendimento médio real dos empregados da indústria – que caiu 0,7% no dado na margem, 0,8% na comparação interanual e 0,1% no acumulado do ano – reforça a tendência negativa para este indicador. “Como reflexo do forte corte de trabalhadores, também foi observada contração tanto da massa salarial como do rendimento médio”, trouxe o boletim Indicadores Industriais, divulgado há pouco pela CNI.
Fonte: O Estado de S.Paulo