Reservatório teve elevação significativa após temporais de terça-feira (8). Todos as represas que abastecem a Grande SP ganharam volume.

A chuva forte que atingiu a capital e outras regiões do Estado de São Paulo nesta terça-feira (8) fez o volume do Sistema Cantareira subir pela primeira vez em 44 dias, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O nível do conjunto de represas passou de 15%, na terça-feira, para 15,4% nesta quarta (9), alta significativa.

A última elevação no sistema havia ocorrido no dia 27 de julho. A alta desta quarta é apenas a terceira verificada no inverno, estação mais seca do ano.

Apenas entre as 9h de terça e as 9h desta quarta, o manancial recebeu 48,5 mm de chuva, 56% do previsto para todo o mês. No acumulado de setembro, a precipitação já chega a 65,5 mm, 75,6% do esperado.

Os demais cinco sistemas que abastecem a Grande São Paulo também se beneficiaram com as chuvas no Estado. O Guarapiranga se beneficou do dia mais chuvoso do ano na capital e subiu de 67,2% para 70,7%.

Agosto

Os novos números do Sistema Cantareira contrastam com o mau desempenho do Cantareira em agosto, mês em que teve apenas 30,7 mm de chuvas, o equivalente a 89,2% da média histórica do mês (34,4 mm).

Agosto foi o quinto mês seguido em que o sistema, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo, fechou “no vermelho”.

O índice de 15,4% do Cantareira divulgado pela Sabesp considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água.

Após ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, no entanto, a companhia passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.

O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira. Nesta quarta-feira, ele era de 11,9%. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume útil, e era de -13,9% nesta manhã.

Falta de planejamento

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a falta de água em São Paulo foi resultado da falta de planejamento do governo paulista e relatou que a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (SSRH) recebeu vários alertas sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais riscos de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. A pasta negou as alegações e disse que era impossível prever a estiagem de 2014.

As informações fazem parte do parecer do Tribunal de Contas do Estado sobre as contas do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) em relação ao ano passado. O TCE aprovou as contas do tucano com ressalvas no fim de junho e listou 20 recomendações em diferentes áreas que o governo deveria adotar.

Fonte: G1