Documento obtido pelo G1 foi formulado por governo do estado e prefeituras. Ações foram definidas de acordo com três níveis de atuação.

Governo de São Paulo, prefeituras e entidades da sociedade civil concluíram o Plano de Contingência contra a crise hídrica em São Paulo. O documento orienta como o poder público, companhias e a sociedade civil deverão agir em caso de seca ou desabastecimento de água para a população da Região Metropolitana e até a forma de implantação de rodízio, o corte sistemático de abastecimento, que deverá ser executado somente em caso de emergência.

O G1 teve acesso com exclusividade ao documento, que descarta, por exemplo, o abastecimento por caminhões-pipa em caso de emergência em pontos considerados prioritários, como hospitais e presídios. O governo paulista havia prometido apresentar o plano de contingência às Prefeituras da Grande São Paulo em junho, mas ele deverá ser apresentado ao Comitê de Crise Hídrica integrado por 39 municípios na próxima semana.

O texto identifica e mapeia as edificações das áreas de saúde e segurança pública a serem atendidas ininterruptamente como prioritárias, como hospitais, maternidades, presídios, unidades da Fundação Casa e clínicas de hemodiálise. A estratégia pressupõe o abastecimento desses pontos diretamente pela rede da Sabesp, que precisa de obras para prolongamento de redes.

O documento cita o Hospital das Clínicas, na região da Avenida Paulista, para exemplificar a dificuldade de abastecimento por caminhão-pipa. Segundo os cálculos, seriam necessários 300 caminhões para garantir a água utilizada pelo hospital diariamente. “O intervalo de tempo entre as chegadas dos caminhões teria que ser inferior a 5 minutos para que o hospital pudesse funcionar normalmente”, diz o plano, reafirmando que a melhorar alternativa é o “atendimento contínuo pela rede da Sabesp, em quaisquer condições”.

O plano poderá ser ativado pela Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo sempre que forem constatadas as condições estabelecidas nos níveis de atuação, e prevê a programação de ações para vários cenários hidrológicos e detalha as ações necessárias para curto, médio prazo para minimizar os efeitos de estiagem no estado de São Paulo.